IPEAFRO participa da 4ª Marcha das Mulheres Negras no Rio de Janeiro

No dia 29 de julho, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, o vento espalhou as vozes negras das nossas rainhas para todos os lados e a 4 Marcha das Mulheres Negras deu o seu recado marcando a sua luta contra o genocídio do povo preto e contra as fobias e violências promovidas, constantemente, por essa sociedade racista na qual elas, as Mulheres Negras, são quem carregam o fardo mais pesado. Luta que segue com amor, sem miséria!  

Confira a galeria de fotos especial criada na pagina do IPEAFRO no Facebook.

AfroCeará Quilombola: um olhar aprofundado sobre a vida quilombola no estado

Este livro, intitulado “Afroceará-Quilombola”, é uma coletânea produzida majoritariamente por pesquisadores cearenses que desenvolvem trabalhos e vivências junto às comunidades quilombolas do estado do Ceará. 

Comunidades de quilombos no Ceará é um tema novo para os estudos de pesquisa acadêmica e possui grande relevância devido a existência de pelo menos oitenta e três comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, que é órgão federal do Ministério da Cultura e responsável pela titulação das terras quilombolas. 

Clique e baixe aqui a sua versão de: AFROCEARÁ

 

O que é interseccionalidade?

A autora Carla Akotirene atravessa o Atlântico, propondo uma encruzilhada discursiva para a interseccionalidade. Apresenta sete críticas ao conceito, dialogando com Angela Davis, Ochy Curiel, Gilza Marques, Jasbir Puar, Sueli Carneiro, Patrícia Hill Collins e Houria Bouteldja. Temas como homonacionalismo, matripotência iorubá, racismo religioso, LGBTlfobia e colonialismo moderno são enunciados centrais deste volume.

Pré-venda: https://goo.gl/o2w34Y

Uma partida de futebol, uma lição de Pan-Africanismo

Acervo IPEAFRO

No mais recente episódio, torcedores do Cerro, do Uruguai, foram flagrados em atos de racismo quarta-feira (26/07), durante a partida contra o Bahia, em Pituaçu, pela segunda fase da Copa Sul-Americana de 2018. Um vídeo em que um homem com a camisa da equipe uruguaia imita um macaco foi feito por um torcedor do Bahia e No divulgado em redes sociais (veja o vídeo aqui)

Racismo e futebol caminham lado a lado, há tempos. Diversos casos são flagrados diariamente no futebol pelo mundo (caso do goleiro Aranha, o caso do zagueiro Desábato – para ficar nos mais recentes) e pouquíssimas providências são tomadas no sentido de inibir os racistas.

No entanto, não foi isso que aconteceu em uma partida de futebol na África do Sul no final dos anos 50, que gerou a mobilização do movimento negro no Brasil e deixou como legado uma lição prática de pan-africanismo (para saber mais sobre este assunto leia:  O BRASIL NA MIRA DO PAN-AFRICANISMO). De acordo com o jornal Diário da Noite, em 11 de abril de 1959, “o teatrólogo Abdias Nascimento, indignado com a notícia procedente de Capetown, segundo a qual o esquadrão da Portuguesa Santista não poderia atuar hoje naquela cidade por possuir jogadores de côr, convocou através do DIÁRIO DA NOITE os anti-racistas e democratas brasileiros para uma manifestação em frente a embaixada da União Sul Africana. O presidente da República, o ministro Negrão de Lima e o Conselho Nacional de Desportos, receberão telegramas de negros brasileiros, solicitando uma denúncia junto à Organização das Nações Unidades”. 

Capetown ou Cidade do Cabo é uma cidade da África do Sul, país que viveu entre 1948 e 1990 sob o regime segregacionista do apartheid. Uma das maiores vergonhas da humanidade, sistema dominado por “brancos”, lançou os negros sul-africanos ao caos e a injustiça. Uma das referências nas articulações que buscavam mitigar os efeitos da segregação sobre os africanos daquele país, Nelson Mandela, foi preso político mantido em regime fechado por longos 27 anos,de 1963, quando entrou na prisão da Ilha Robben de onde só sairia em 1990. 

Estudos Africanos: Katuscia Ribeiro e Aza Njeri no programa Ciência & Letras

A imagem da África ainda é divulgada com muitos estereótipos. Reflexo do período de colonização. O que legitima todo o apagamento histórico e violências do cotidiano chegando aos genocídios físicos e epistêmicos vigentes. Os estudos africanos na atualidade reconstroem essa imagem negligenciada dos corpos e pensamento africano, reintegrando os negros nas suas potencialidades históricas.
 
Esse foi o percurso trilhado no programa Ciência e Letras do Canal Saúde/Fiocruz com o tema “Estudos africanos” que teve como convidadas a a Doutora em Literaturas Africanas Aza Njeri (Viviane Moraes) e a Doutoranda em Filosofia Africana Katiúscia Ribeiro para uma conversa sobre Estudos e Pensamentos africanos e afrodiaspóricos.
 
http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=estudos-africanos-cel-0436

 

Centenário de Nelson Mandela

O combate ao apartheid se tornou uma das principais frentes de luta do movimento negro brasileiro, que passou a pressionar o governo a romper as relações diplomáticas com a África do Sul, em meados da década de 1980. Em visita ao Brasil em 1991, Nelson Mandela se encontrou com o ativista negro e parlamentar Abdias Nascimento.

“É realmente uma contradição terrível que o Brasil, o maior país negro do mundo depois da Nigéria, que tanto se proclama o berço da democracia racial e que deveria liderar internacionalmente a luta contra o apartheid, mantenha relações diplomáticas e comerciais com o governo sul-africano”, declarou em 1985 o então deputado federal Abdias do Nascimento

“Mais do que uma contradição e um infortúnio, a cumplicidade do Brasil com o apartheid é uma cegueira política de graves consequências para o futuro de nossas relações internacionais. Porque, mantendo esse tipo de endosso tácito ao governo assassino sul-africano, o Brasil se mantém aliado das forças mais retrógradas e obscurantistas do nosso tempo”, completou Nascimento.

Saiba mais sobre Nelson Mandela e seu centenário no especial da Agência Brasil: http://www.ebc.com.br/mandela100anos

 

Série de atividades marca o lançamento do livro do geógrafo Diosmar Santana Filho no Rio de Janeiro

“A Geopolítica do Estado e o Território Quilombola no século XXI” tem lançamento e roda de diálogos nos dias 15, 16 e 17 de agosto, na Livraria da Travessa – CCBB, no Observatório de Favelas da Maré e no Quilombo da Pedra do Sal.

A primeira obra do geógrafo baiano Diosmar Filho dá visibilidade ao contexto geopolítico e histórico com quais os territórios quilombolas enfrentaram durante o último século de conquistas e perdas para a população negra brasileira. Editada pela Paco Editorial, a publicação científica aborda, em seis capítulos, diversas nuances que permeiam a luta quilombola por espaço, território e identidade, sobretudo levando em consideração os 130 anos da Promulgação da Abolição da Escravatura. 

No Rio de Janeiro, o lançamento com o autor será realizada em três momentos, com entrada gratuita:

  • 15 de agosto (quarta-feira), às 18h, na Livraria da Travessa (Centro Cultural Banco do Brasil – Centro);
  • 16 de agosto (quinta-feira), às 16h, no autor no Observatório das Favelas, na Maré
  • 17 de agosto (sexta-feira), às 10h, com a participação do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (IPEAFRO), no Quilombo da Pedra do Sal, na Saúde.

O prefácio da obra é assinado pela professora doutora Sandra Manuel, do Departamento de Arqueologia e Antropologia da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique). Nele, ela discorre: “Diosmar Filho nos convida a um exercício revolucionário para pensar o Estado-Nação brasileiro, retirando a posição subalterna do Quilombo, dando visibilidade aos espaços quilombolas e conceitualizando o seu papel
como formas novas no espaço do Estado pela formação política e étnica, em detrimento da elite que ocupou o poder político e econômico”.

A quarta capa da obra é assinada pelo geógrafo Renato Emerson dos Santos, professor do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Para o mesmo, “contar a nossa história territorial mostrando esses protagonismos, compreendendo seus papéis em relações econômicas, sociais, políticas, em jogos que articulam diferentes escalas, é fundamental para o reconhecimento e a
conquista de direitos por esses grupos. Isso é uma tarefa para a Geografia Brasileira, à qual alguns geógrafos vêm se dedicando, como fez Diosmar Santana Filho, com grande qualidade”.

Sobre o autor
Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Diosmar apresenta em seu primeiro livro o resultado da pesquisa geográfica realizada no mestrado. Nele, o autor analisa as mudanças no espaço do Estado Brasileiro, a partir do protagonismo dos próprios quilombolas como sujeitos de direitos e como a conquista dos territórios quilombolas desde Palmares modificou a geopolítica na formação do país, com destaque para o Estado Baiano.

Diosmar Marcelino de Santana Filho é geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), professor e coordenador acadêmico da Especialização Lato Sensu EaD – Estado e Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais (UFBA). Pesquisador dos Grupos de Pesquisa CNPq – Historicidade do Estado, Direito e Direitos Humanos e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos e Culturais do Sul da Bahia (Nepuc/IFBA – Campus Ilhéus). Foi professor substituto do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (Igeo-UFBA) e do Instituto Federal de Ciência e Tecnologias da Bahia (IFBA), campus Ilhéus. Na esfera governamental, foi gestor estadual em políticas públicas nas áreas de gestão: das Águas, Desenvolvimento Social e Promoção da Igualdade Racial. Autor de capítulos de livros e artigos em revistas científicas sobre território, desigualdade sociorracial, quilombo e política pública. É responsável pela coluna Etâ Mundo, no Portal Correio Nagô.

Sobre a editora
A Paco Editorial foi fundada em 2009 com a missão de ser um canal relevante de difusão da produção científica brasileira, tendo em seu catálogo importantes títulos nas mais diversas áreas. Impulsionada pelo propósito de compartilhar conhecimentos, a editora vem ampliando sua atuação com a publicação de títulos em outros segmentos, sempre primando por editar livros que proporcionem ao leitor uma experiência marcante de transformação, desenvolvimento e crescimento.

Serviço
Lançamento do Livro A geopolítica do Estado e o território quilombola no século XXI, de Diosmar Santana Filho.
Datas:
    – 15 de agosto (quarta-feira), às 18h, na Livraria da Travessa (Centro Cultural Banco do Brasil – Centro);
    – 16 de agosto, às 16h, lançamento e roda de diálogo com o autor no Observatório das Favelas, Rua Teixeira Ribeiro, 535, Maré, Rio de Janeiro – RJ;
    – 17 de agosto, às 10h, lançamento e roda de diálogo no Quilombo da Pedra do Sal, no Bar do Nando (Largo São Francisco da Prainha, 09-Sobrado), Saúde.
Entrada: gratuita

Valor da publicação: R$ 46,90

Assessoria de Imprensa Diosmar Filho                                            Assessoria de Imprensa IPEAFRO
Juliana Dias | DRT-BA 3870 | +55 71 991168055                          Julio Menezes Silva | +55 21 997225153

 

CENTENÁRIO DE NELSON MANDELA

Há 100 anos, em 18 de julho, nascia Nelson Mandela, o grande líder da África do Sul. Após superar quase 30 anos de prisão, por duas vezes, visitou o Brasil. A matéria exibida no telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, relembra esses momentos históricos. A reportagem especial é de Thiago Pimenta. 

Se quiser saber um pouco mais dos bastidores da visita da Mandela ao Brasil clique abaixo e leia trecho retirado do livro Grandes Vultos que Horaram o Senado: Abdias Nascimento, escrito por Elisa Larkin Nascimento a convite do Senado Federal. Para outras informações, leia a obra completa em nosso site: http://ipeafro.org.br/acoes/grandes-vultos-abdias-nascimento/

VISITA MANDELA AO BRASIL 

XI SEMINÁRIO NACIONAL DE RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS E SAÚDE

São 15 anos de conquistas e desafios da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro). O feito foi celebrado no Rio de Janeiro nos dias 25 e 26 de junho de 2018, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e no Mirador Rio Hotel, com a presença de Mãe Meninazinha de Oxum, entre outras autoridades e lideranças. A Renafro foi criada em 2003 durante o II Seminário Nacional realizado em São Luís do Maranhão e hoje conta com mais de 40 núcleos espalhados pelo país. Entre os protagonistas da Renafro, destacamos o ogan José Marmo da Silva, criador e coordenador emérito da Rede. A ele foi dedicado esse aniversário, em que recebeu homenagem póstuma na forma da outorga da Medalha Tiradentes. Em sua memória, a luta continua!  

O IPEAFRO esteve presente na pessoa do poeta Milsoul Santos.

Obrigado, Abigail Lapin! e Eva Imune ao Pecado Original

Eva Imune ao Pecado Original (na mesa, primeira da esquerda para a direita); ao fundo, Abigail Lapin e Julio Menezes Silva trabalhando no Acervo IPEAFRO. Crédito: Elisa Larkin Nascimento

Eva Imune ao Pecado Original.  Este é o título que Abdias Nascimento atribuiu à primeira pintura de sua autoria, datada de 13 de setembro de 1968. Nós, do IPEAFRO, adoramos a ideia contida no nome e por isso repetimos: 

Eva Imune ao Pecado Original

A técnica utilizada foi guache com veículo plástico sobre papel e suas dimensões originais são 50 x 70 cm. O verso da tela traz dedicatória ao amigo e artista Sebastião Januário: “ao Januário, inspirador e testemunho da minha aventura pictórica, com fraterno abraço do Abdias Nascimento”.

A técnica foi imposta pelas condições de vida: sem dinheiro para comprar tintas artísticas, eles aproveitavam um material de limpeza doméstica para misturar com guache, dando-lhe consistência.

O que Abdias não imaginava é que a peça chegaria a 2018, ano em que completa 50 anos, com um valor incalculável para a história da arte no Brasil, em especial dentro da temática afro-brasileira. Eva Imune ao Pecado Original é uma obra entre tantas obras e objetos artísticos, gravuras, livros e documentos que fazem parte do Acervo IPEAFRO, muitos destes ainda a serem “descobertos” por nossos pesquisadores. Desde 1981, o IPEAFRO trabalha para dar continuidade ao sonho do professor Abdias Nascimento, e busca preservar, divulgar e ativar a memória, cultura e história negras, assim contribuindo para o desenvolvimento do combate ao racismo. 

A história desse quadro veio à tona graças à pesquisadora Abigail Lapin, doutoranda de Artes na Universidade de Nova Iorque. Explicamos. Somente no início da tarde de 4 de julho de 2018 descobrimos que Eva Imune ao Pecado Original é a primeira obra de Abdias. Graças ao movimento desta pesquisadora, interessada no Acervo IPEAFRO, identificamos este fato – que, quem sabe, pode dar novos rumos e instrumentos aos pesquisadores. 

Por isso, reafirmamos a importância do apoio da iniciativa pública, privada e terceiro setor para fortalecer parcerias que viabilizem a organização, preservação, digitalização, armazenamento e disponibilização para o público deste acervo. O que mais está por descobrir? Esta é a pergunta que nos persegue diariamente. Por hora, vale comemorar esta pequena grande descoberta.

Obrigado, Lapin.