70 anos do 1º Congresso do Negro Brasileiro

Foto: Jorge Prado Teixeira (de pé); Edison Carneiro, Guerreiro Ramos, Hamilton Nogueira, Ruth de Sousa, Milca Cruz, Abdias Nascimento e uma taquigrafa.

Há exatos 70 anos, dava-se início ao 1º Congresso do Negro Brasileiro, no Rio de Janeiro. Em um 26 de agosto de 1950, mulheres e homens negros promoveram evento de estudo e reflexão e, ainda, um acontecimento político de cunho popular, em contraste a outros certames como os Congressos Afro-Brasileiros de Recife (1934) e Salvador (1937), que tratavam o negro como um simples objeto de pesquisa.

Os intelectuais negros reunidos na Conferência preparatória ao 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1949, insistiam no princípio de políticas de igualdade racial que antes propuseram à Assembleia Constituinte de 1946. Nas palavras do escritor Fernando Góes:

“É tempo de todos olharem o negro como um ser humano, e não como simples curiosidade ou assunto para eruditas divagações científicas. Que se cuide da ciência, não é só louvável, como imprescindível. Mas que se assista ao desmoronamento e à degradação de uma raça, de braços cruzados, me parece um crime, e um crime tanto maior quando se sabe o que representou para a formação e o desenvolvimento econômico do nosso País.”

Os anais do 1º Congresso do Negro Brasileiro encontram-se publicados, parcialmente, no livro “O negro revoltado“, que Abdias Nascimento só conseguiu publicar em 1968. 

Acevo:@ipeafro

Congresso Nacional realiza audiência pública para discutir a situação de vulnerabilidade da população negra com o Covid – 19

Antes da audiência, faremos um tuitaço coletivo nesta quarta-feira (26), às 13h – 1h antes da audiência

A Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 (CEXCORVI), núcleo de trabalho ligado à Câmara dos Deputados e ao Senado, realizará nesta quarta-feira (26) uma audiência pública para debater a situação da população negra e quilombola com os impactos do novo coronavírus. A audiência foi solicitada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia e dos Direitos Humanos com o objetivo de discutir e incidir nos impactos do coronavírus nas populações negras e quilombolas. A atividade será às 14h e acontecerá de forma virtual. A transmissão será pela TV Câmara e pelo canal do Youtube da Câmara.

A Frente Parlamentar é presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL – RJ) e é formada por representantes da Câmara, do Senado e da sociedade civil. De acordo com Paola Gersztein, consultora do Instituto de Estudos Sócio-econômicos (INESC) na coordenação do GT de Direitos Humanos da Rede de Advocacy Colaborativo (RAC), o objetivo da audiência é a escuta de especialistas que representam a população negra acerca dos impactos da pandemia e a urgente visibilização que o tema merece, para que assim sejam tomadas medidas necessárias para a proteção e a garantia de direitos. “Nosso objetivo é denunciar, visibilizar e exigir providências do Estado que sempre tratou essas vidas como supérfluas, em um genocídio que se perpetua desde que a primeira pessoa negra foi violentamente arrancada de seu território e escravizada nessas terras”, afirma.

A audiência pretende abordar o tema a partir de diferentes aspectos entre eles a Emenda Constitucional (EC 95), mais conhecida como EC do Teto de Gastos, aprovada em 2016 pelo Congresso, que resultou na perda de 20 bilhões de reais entre 2018 e 2020 para a saúde pública no Brasil. Os cortes limitaram a capacidade de uma resposta rápida e eficiente à pandemia da Covid-19, prejudicando principalmente as populações mais vulneráveis – ou seja, negras –, que dependem exclusivamente do SUS.

Para contribuir com a analise sobre os impactos da Covid-119 a audiência vai contar com a participação de especialista da área do orçamento público, Carmela Zigoni, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos – (INESC) e da especialista da área de Saúde, Márcia Alves, pesquisadora associada e membro do Grupo Temático Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).

Além das especialistas a audiência vai ter a participação de representação do governo e de organismos internacionais, como a oficial de Direitos Humanos do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU), Angela Pires Terto e da Secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério de Direitos Humanos (MDH), Sandra Terena.

Como representantes da sociedade civil estarão presentes Valdecir Nascimento, da Coordenação do Fórum Permanente de Igualdade Racial (FOPIR), Selma Dealdina, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos.

“Nosso maior impacto são as vidas dos nossos Griôs porque são pessoas com 102, 98, 85 anos que sobreviveram a fome, ao frio e a sede, que sobreviveram a ditadura, reviveram a febre, criaram famílias, lideraram quilombos, revoltas e foram mortas pela covid-19. Esse vírus que é invisível, mas que as ações do governo são muito visíveis para dizer quem é que morre nesse país e somos nós pessoas pretas que estamos morrendo. O cenário é desolador”, comenta Selma Dealdina, da CONAQ.

Desde março, o Congresso Nacional autorizou o uso de R$ 500 bilhões de reais para enfrentamento a Covid-19 no Brasil. Deste montante, apenas 54% foram executados, o que é insuficiente considerando que é recurso específico para o enfrentamento da crise sanitária e já contamos com quatro meses do decreto de calamidade.

Os impactos da baixa execução orçamentária é um dos fatores responsáveis para que alcançássemos a triste marca de 115 mil mortos em quatro meses de pandemia. Segundo Carmela Zigoni, que é especialista em orçamento público, “se a política fosse feita de maneira responsável, certamente o número de vítimas letais da covid-19 seria menor, principalmente entre negros e quilombolas, cujos territórios não acessam as políticas públicas necessárias”.

A audiência é uma das ações estratégicas protagonizadas pela sociedade civil de fundamental importância para redução dos impactos da pandemia na vida dessas populações.

TUITAÇO

Como estratégia de aumentar a pressão no congresso, as organizações da sociedade civil estão convidando a todos para participarem do tuitaço, nesta quarta-feira (26), às 13h, 1h antes da audiência. Usando as hastags #AudiênciaPública #500bilhõesDoCovid #VidasNegrasEcovid

Para informações e conteúdos para o tuitaço: https://docs.google.com/document/d/10X6OgikRv5ksr5QlOO3l_5X16LhF5f0qPlrOAf_h_tY/edit#Vídeo de divulgação: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1wG4o-1omb4NlZM-czjZX7RJYk-KX-IX8

O QUE? Audiência Pública no Congresso Nacional para discutir a situação de vulnerabilidade da população negra com o Covid – 19;

QUANDO? Quarta-feira (26), às 14h;

TRANSMISSÃO? TV Câmara dos Deputados e Youtube

Curso de informática e pré-vestibular da EDUCAFRO

Em tempo de pandemia, quando as oportunidades estão escassas, a EDUCAFRO oferece curso de formação em informática e pré-vestibular para estudantes em geral. Os interessados podem acessar o o site da EDUCAFRO (www.educafro.org.br) para mais informações.  

Para cursos de TI – EDUCAFRO Tech – https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfIU3VK-Vh9d9Ic_HFPg0QxDdLPTMHHmKBeAbIHAgJ7C6HMhg/viewform

Para participar dos cursos Pré-Vestibular – https://chat.whatsapp.com/JN5HGMXCYoi1rZKHZXUTZq

Dúvidas podem ser tiradas com César Augusto, coordenador de núcleos da Educafro +55 62 9576-5217 – ou no site https://www.educafro.org.br/site/ 

SOBRE A EDUCAFRO
O objetivo geral da EDUCAFRO é reunir pessoas voluntárias, solidárias e beneficiárias desta causa, que lutam pela inclusão de negros, em especial, e pobres em geral, nas universidades públicas, prioritariamente, ou em uma universidade particular com bolsa de estudos, com a finalidade de possibilitar empoderamento e mobilidade social para população pobre e afro-brasileira.
 
São objetivos específicos da EDUCAFRO que contribuem para o cumprimento de sua missão:
– Organizar e provocar o surgimento de núcleos de pré-vestibular (novos núcleos) nas periferias de todo Brasil;
– Proporcionar surgimento de novas lideranças e cidadãos conscientes nas comunidades e nas universidades;
– Formação cidadã e acadêmica através das aulas de professores voluntários nos cursinhos comunitários, como também:
 Apresentar propostas de políticas públicas e ações afirmativas aos poderes executivos, legislativo e judiciário;
 Difundir princípios e valores que contribuam para a radical transformação social do Brasil e Américas, com fundamento no ideário cristão e franciscano;
 Despertar nas pessoas a responsabilidade e autonomia na superação de dificuldades as tornando protagonistas de suas histórias;
 Valorizar radicalmente, a organização de grupos sociais e populares como instrumento de transformação social e pressão junto ao Estado;
 
MISSÃO
A EDUCAFRO tem a missão de promover a inclusão da população negra (em especial) e pobre (em geral), nas universidades públicas e particulares com bolsa de estudos, através do serviço de seus voluntários/as nos núcleos de pré-vestibular comunitários e setores da sua Sede Nacional, em forma de mutirão. No conjunto de suas atividades, a EDUCAFRO luta para que o Estado cumpra suas obrigações, através de políticas públicas e ações afirmativas na educação, voltadas para negros e pobres, promoção da diversidade étnica no mercado de trabalho, defesa dos direitos humanos, combate ao racismo e a todas as formas de discriminação.

Uma conversa inspiradora: mestre Babalawo Ivanir dos Santos e Monja Coen

Liberdade Religiosa

Conversas com o professor Ivanir dos SantosTema: Liberdade Religiosa Convidada: Monja Coen

Posted by Babalawo Ivanir Dos Santos on Thursday, August 20, 2020

Nesta quarta-feira, 20, o mestre Babalawo Ivanir dos Santos e Monja Coen conversaram sobre tolerância religiosa. A conversa foi na página do facebook de Ivanir e pode ser vista no acima. O papo é uma brisa de esperança em tempos de confinamento por pandemia de covid-19.

NOTA SOBRE A PÁGINA DE ABDIAS NO WIKIPÉDIA

NOTA 

O IPEAFRO informa que editores vêm interferindo na página de Abdias Nascimento na Wikipédia, comprometendo e distorcendo a informação nela disponível e assim desacreditando a Wikipédia. Eliminaram o texto preparado pelo IPEAFRO, organização fundada por Abdias Nascimento e que hoje representa o legado dele. Substituíram esse conteúdo com informações incorretas, como por exemplo seus casamentos e o nome do grupo de poetas a que ele pertenceu. Inseriram texto que aborda o integralismo como se fosse a única passagem significativa da vida do biografado, eliminando todas as referências às outras dimensões da atuação cultural, política e de ativista dos direitos humanos. Para informações documentadas, acesse a biografia publicada pelo Senado Federal.

OBRA DE ABDIAS É ESCOLHIDA PARA ILUSTRAR CONGRESSO DE PSICANÁLISE

Oxum em seu labirinto, obra artística de Abdias Nascimento, foi a imagem escolhida para a criação da identidade visual do 5° Congresso de Psicanálise em Língua Portuguesa é do brasileiro pan-africanista Abdias Nascimento.

A notícia está registrada no na 63° Revista da Federação  Brasileira de Psicanalise e pode ser acessada aqui: https://www.febrapsi.org/wp-content/uploads/2020/07/febrapsi-noticias-no-63-junho2020-versao-digital.pdf

O 5° Congresso de Psicanálise em Língua Portuguesa, que este ano será sediado no Brasil, em Salvador – BA, em seu museu centenário, Museu de Arte da Bahia – MAB. O congresso será realizado nos dias 19, 20 e
21 de novembro de 2020, com o tema: “Das rotas da escravidão às travessias da alma”.

Assista aos vídeos do congresso: 

(Pré) 5º Congresso Virtual de Psicanálise em LínguaPortuguesa – Dia 20/11/20 – Abertura e mesa 1

(Pré) 5º Congresso Virtual de Psicanálise em LínguaPortuguesa – Dia 21/11/20 -Mesa 2 e encerramento

 

12 de agosto de 1978: uma revolta, um grito de liberdade

Líderes da Revolta dos Búzios. Foto: Imagem retirada do site Midia4p

Salvador, Bahia, 1978. Há 222 anos, pret@s revoltados com a escravidão imposta pela Coroa Imperial ousaram levantar-se contra a força e crueldade real, impondo uma rebelião conhecida historicamente como Revolta dos Búzios, movimento que reivindicava a fundação da República Bahiense. A ousadia de Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, líderes da revolta, provocou a ira portuguesa, que os perseguiu e os assassinou brutalmente. De nada adiantou. Eles eram sementes. Seus esforços pavimentaram a ruína do império português e da escravidão, que veio quase 100 anos depois, no final do século XIX,  com a chamada “abolição” da escravatura.

O IPEAFRO presta homenagem àqueles homens e mulheres que se uniram em torno do ideal da liberdade e chama atenção a um fato histórico ocorrido durante o levante em Salvador. A estratégia usada como catalisador para a Revolta dos Búzios foi a produção de manuscritos que foram colados em locais de grande circulação de pessoas, como igrejas. Do ponto de vista da disputa da narrativa da história brasileira, a estratégia usada pelos líderes da Revolta dos Búzios pode ser considerado como marco fundamental da  imprensa no Brasil. A historiografia oficial tem como ponto de partida para imprensa brasileira o ano de 1808, ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil e instalou a capital do império em terras brasilis. 

Aqui pois prestamos essa pequena homenagem aqueles que, há 222 anos, deram suas vidas para que possamos hoje resgatar essa história e, em liberdade, darmos continuidade a luta secular contra o racismo e o genocídio da população negra. Uma de nossas armas é a disputa de narrativa e manutenção, viva, da memória e do ideal libertário de nossos ancestrais. Para aprofundar o conhecimento sobre essa e outras revoltas promovidas por pret@s contra a escravidão e o racismo, indicamos a leitura do livro “À matriz africana no mundo”, organizado por Elisa Larkin Nascimento. Em especial o capíturo 6 dessa publicação traz um relato aprofundado dessas lutas, sob o título de “Lutas Africanas no Mundo e nas Américas”. Para comprar o livro acesse aqui: https://www.gruposummus.com.br/livro/matriz-africana-no-mundo-a/

Mapeamento da Mídia Negra é lançado. Baixe aqui!

Mapeamento de Mídia Negra no Brasil é um esforço coletivo, elaborado por várias mãos e pensadores e pensadoras. Os dados foram apresentados ao público, primeiramente, no âmbito do seminário Genocídios Contemporâneos: Reagir é Preciso, realizado pelo FOPIR e parceiros (as) nos dias 10, 11 e 12 de outubro de 2019, em Belo Horizonte. Além dos dados do Mapeamento, o e-book conta com contribuições fundamentais em artigos de Alane Reis, Edson Cardoso, Gabi Oliveira (De Pretas), Jonas Pinheiro, Larissa Santiago e Rosane Borges. O  IPEAFRO é uma das organizações integrantes do FOPIR.  

Acesse o MAPEAMENTO DE MÍDIA NEGRA NO BRASIL na íntegra aqui: https://bityli.com/midianegra

A confluência do encontro em Minas Gerais provocou desdobramentos dentro do campo da Comunicação: em 20 de novembro de 2019, no Dia da Consciência Negra, saiu o texto manifesto NINGUÉM MAIS VAI CALAR O GRITO POR LIBERDADE, com a adesão de mais de 30 iniciativas de comunicação e jornalismo de diferentes regiões do Brasil, com forte protagonismo das mulheres. O documento traz o pensamento, as reflexões e as narrativas produzidas por estes coletivos para fortalecer o projeto de cidadania e justiça para as populações negras.

O racismo tem um suporte material que é a vida das pessoas negras baseadas na ausência de direitos, na pobreza e na desumanização. Os debates e ações desenvolvidas pelo FOPIR com foco no fortalecimento das mídias negras no Brasil têm levado em consideração que essas mídias são espaços fundamentais para potencializar as narrativas e denúncias contra o racismo, e o projeto de genocídio contra a população negra.

Neste sentido, para o FOPIR, mídias negras são espaços de comunicação social produzidos por pessoas negras que tratam de pautas e temas sobre a vivência das pessoas negras e sobre a luta contra o racismo. Essas mídias podem atingir públicos locais, em contextos comunitários, a níveis estadual, regional, nacional ou internacional. Em se tratando de mídias empresariais, estas precisam pertencer em mais de 50% a empresários negros e os cargos de gestão e coordenação também precisam ser ocupados por pessoas negras.

Ressaltamos também que organizações negras e de mulheres negras que produzem conteúdos comunicacionais que tratem das mais diversas vivências da população negra também são considerados por nós mídias negras. Pensar a comunicação para o FOPIR é fundamental porque reflete, por exemplo, os desafios das mídias negras no Brasil que, historicamente, resistem para assegurar a produção de narrativas que transformem consciências, levando em consideração todas as complexidades em que estão inseridas as populações negras.

“O papel das mídias negras na implosão de imaginários” é o título do artigo da jornalista Rosane Borges publicado aqui, cujos caminhos apontam o tamanho de nosso desafio institucional. Em tempos de pandemia mundial pela covid-19, que agrava ainda mais a condições de vida e sobrevivência das populações negras, a crítica ao projeto político hegemônico racista deve ser permanente e resultar diretamente em formas que rompam o silenciamento. As narrativas produzidas pelas mídias negras têm clamado pela vida negra e têm contribuído para a descolonização e visibilização do pensamento, além de dar destaque às ações desempenhadas pelos movimentos negros no Brasil.

Utilizando-se das ferramentas disponíveis e da tecnologia, como: jornal mural e eletrônico, revistas, pôsteres, jornal comunitário e redes sociais, esses coletivos de mídia negra se propõem a incidir sobre os cenários ampliando as tensões. É a partir de estratégias elaboradas que esses grupos têm reafirmado o lugar político de fazer comunicação, ressignificando o sentido social e pedagógico da mídia no Brasil, propondo uma comunicação centrada nos agenciamentos políticos.

A pesquisa foi um levantamento aberto ao público, realizado de forma online, no qual houve sessenta e cinco (65) respondentes que se identificam com a perspectiva da mídia negra ou com uma produção ancorada na luta contra o racismo e desigualdade no Brasil. Portanto, foram consideradas todas as respostas neste mapeamento.

 

Encontros virtuais celebram conhecimentos de matrizes africanas

O Canal Pensar Africanamente, Selo Negro Edições e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) realizam série de encontros virtuais em torno da coleção Sankofa – Matrizes Africanas da Cultura Brasileira e do livro O Sortilégio da Cor, de Elisa Larkin Nascimento. Serão mais quatro encontros promovidos na segunda quarta-feira de cada mês até dezembro de 2020, sempre às 19h. Haverá sorteio de livros por live. Um primeiro encontro foi realizado no dia 12 de agosto.

A coleção Sankofa – Matrizes Africanas da Cultura Brasileira tem o objetivo de contribuir para uma nova reflexão sobre questões importantes relacionadas à experiência afro-brasileira e às suas matrizes histórico-culturais. Os quatro volumes representam o conteúdo básico do curso de extensão universitária “Sankofa – Conscientização da Cultura Afro-Brasileira”, que o IPEAFRO ofereceu a partir de 1984 na Universidade  do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), primeira universidade do país a adotar o sistema de cotas. Trata-se de uma iniciativa de implantação da política de ensino da história e cultura africana, realizada duas décadas antes das cotas e da Lei 10.639/2003 que tornou esse ensino obrigatório.

Quando: Na segunda quarta-feira de cada mês, de agosto a dezembro de 2020, às 19h
Onde: Canal Pensar Africanamente (YouTube e Facebook)
Link da transmissão no Youtube:  https://www.youtube.com/watch?v=miaW_2TFR-o

AGENDA 

09 de setembro de 2020 – Coleção Sankofa v. 2 – Cultura em Movimento: Matrizes africanas e ativismo negro no Brasil

Participações: 

PETRONILHA BEATRIZ GONÇALVES E SILVA: Professora Emérita da UFSCar. Professora Sênior junto ao Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas da UFSCar. É autora de várias publicações na área da Educação.

ALESSANDRA PIO: Mestra e Doutora em Educação (UFRJ), Pedagoga (UFF). Participou do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, Universidade de Nova York, 2017/2018. Pesquisa a trajetória escolar de alunos negros, avaliação e racismo.

ELISA LARKIN NASCIMENTO: diretora do IPEAFRO e organizadora do livro e da coleção Sankofa. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

SILVANY EUCLÊNIO: mediadora do encontro,  autora de um dos capítulos do livro. Historiadora, educadora, ativista do movimento negro. Coordenadora do Projeto Baobá – Ribeirão Preto Educando para a Igualdade Étnico-Racial (2006 a 2009) e de políticas públicas para e povos tradicionais na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (2011 a 2014). Integra o Conselho Editorial do Canal Pensar Africanamente.

Para ver ao vivo, clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=miaW_2TFR-o

Resumo do livro
Com apresentação de Nei Lopes e de Carlos Moore, o livro abre com dois capítulos em que Nei Lopes aborda a cultura banta e o Islão negro no Brasil. Beatriz Nascimento escreve sobre o conceito de quilombo e a resistência afro-brasileira. Elisa Larkin oferece um esboço sucinto sobre o movimento negro no século XX, complementado por um histórico do Memorial Zumbi: comunicado à SBPC e depoimento do historiador Joel Rufino dos Santos. Na segunda parte do livro, com enfoque sobre a atuação do movimento negro na educação, Elisa Larkin apresenta um pequeno histórico da evolução das políticas públicas conquistadas e registra iniciativas no Rio de Janeiro. Vera Regina Triumpho escreve sobre ação educativa no Rio Grande do Sul; Silvany Euclênio relata o Projeto Baobá em Ribeirão Preto, e Piedade Marques depõe sobre ações em Pernambuco.

  

 

14 de outubro de 2020 – Coleção Sankofa v. 3 – Guerreiras de Natureza: Mulher negra, religiosidade e ambiente
 Participações:

HELENA THEODORO, bacharel em direito,Pedagoga, Mestre em Educação, Doutora em Filosofia, Pós doutora em História Comparada. Presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Elas e coordenadora do grupo de pesquisa de carnaval LUPA do IFCS/UFRJ. Autora de vários livros. 
 
LÚCIA XAVIER, é assistente social, cofundadora e coordenadora de CRIOLA, organização de mulheres negras com sede no Rio de Janeiro. Integra o Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, implementado por ONU Mulheres-Brasil.

ELISA LARKIN NASCIMENTO: diretora do IPEAFRO e organizadora do livro e da coleção Sankofa. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

SILVANY EUCLÊNIO: mediadora do encontro,  autora de um dos capítulos do livro. Historiadora, educadora, ativista do movimento negro. Coordenadora do Projeto Baobá – Ribeirão Preto Educando para a Igualdade Étnico-Racial (2006 a 2009) e de políticas públicas para e povos tradicionais na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (2011 a 2014). Integra o Conselho Editorial do Canal Pensar Africanamente.

Resumo do livro
Com apresentação de Mãe Beata de Yemonjá e da socióloga Mirian Goldenberg, o livro abre com textos de Lélia González e Gizêlda Melo Nascimento sobre a mulher negra no Brasil. Helena Theodoro, Sueli Carneiro e Cristiane Cury abordam a mulher e a tradição de matriz africana em quatro textos, seguidos de reflexões de Elisa Larkin e Aderbal Moreira que focalizam o ambientalismo nessa tradição. Hédio Silva Jr. contribui um capítulo sobre o direito e a intolerância religiosa, seguido de textos de Dandara, Nei Lopes e José Flávio Pessoa de Barros com Maria Lina Leão Teixeira e com Clarice Novaes da Mota, que focalizam a relação da tradição de matriz africana com a natureza em diversos aspectos, como o Sassanhe, o Jurema e a ancestralidade banta e indígena.

 

 

11 de novembro – Coleção Sankofa v. 4 – Afrocentricidade, uma Abordagem Epistemológica Inovadora
convidados a definir

09 de dezembro – O Sortilégio da Cor. Identidade, Raça e Gênero no Brasil
convidados a definir


ENCONTROS REALIZADOS (memória)

12 de agosto – Coleção Sankofa v. 1 – A Matriz Africana no Mundo
Participações do filósofo prof. Dr. Renato Noguera, do Departamento de Educação/UFRRJ), pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro) e coordenador do Grupo de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Infâncias (Afrosin); e de Kaká Portilho, doutoranda em Antropologia Social, fundadora e presidente do Instituto Hoju e coordenadora do Centro de Altos Estudos e Pesquisas Afro-pindoramicas. Elisa Larkin Nascimento e a mediadora Silvany Euclênio estarão presentes nas cinco lives. 
Veja completo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=O5WQpf6eHKY&t=28s