Luciana Xavier: ajudar o próximo e investir em saúde

CANDIDATA
Luciana Xavier

PARTIDO
PDT – 12.789

CARGO DISPUTADO
Deputada Estadual

ORGANIZAÇÃO
Julio Menezes Silva

FALA, LUCIANA!
Meu nome é Luciana Xavier, tenho 48 anos, sou mulher negra oriunda de uma comunidade do Rio de Janeiro, baseada em Honório Gurgel, (bairro) onde nasci, cresci, casei e criei uma filha. Moro nela (na comunidade) até hoje, com muito orgulho. Dentro dessa comunidade, eu fui crescimento e tendo interesse pelas pessoas. Eu sempre gostei de ouvir o meu próximo para ajudá-lo da forma que ele necessita, com uma abraço, com um carinho, com um aperto de mão, com uma brincadeira. Com isso, eu fui sobressaindo aos (olhos) dos outros de minha comunidade. (Quando) essas pessoas tinham alguma dificuldade, seja ela em qualquer âmbito, elas vinham me procurar, pedir ajuda, orientação. Eu era era muito nova, (tinha) menos de 20 anos de idade.

Quando eu comecei a dar um passo para fora da comunidade, na adolescência, o primeiro contato fora dessa comunidade foi com a cultura urbana, digamos assim. Aos 14 anos me interessei pela black music. Comecei a frequentar alguns bailes, que é o cotidiano que a gente usa na periferia. Nesse contexto, tive contato com o Disco Voador. Ali dentro, conhecendo algumas pessoas, o Zezinho Andrade, eu tive a oportunidade de ajudar algumas pessoas. Porque a maioria ali dentro era de homens e mulheres negros, e muitos ali não tinham uma auto-estima definida por serem negros, de comunidade. Com essa situação, de ter conhecido o Zezinho, ele me deu um norte. E a gente começou a trabalhar a autoestima das mulheres. Fizemos feiras, desfiles, dança e cultura de um modo geral.

Mas a idade foi chegando e a gente tem de se profissionalizar. E o meu interesse para eu poder ter uma profissão foi a área de saúde. Comecei a fazer estudos na área de saúde, mas n tinha dinheiro. Então o que que eu fiz? Fui ser empreendedora dentro da minha comunidade para eu poder ter fundo para os meus estudos, vendendo batatas-fritas. Isso cresceu ainda mais a minha popularidade dentro da comunidade.

Consegui pagar meus estudos, me profissionalizei numa gestora nessa área de saúde, onde trabalho numa unidade no Rio de Janeiro que é Hospital Mário Kroeff. Trabalho com oncologia e estou lá há cerca de nove anos. Essa é a Luciana Xavier e se interessou pela pela saúde E está nela até hoje.

SAÚDE
Dentro dessa questão de saúde é que veio o meu desejo de entrar para vida pública para eu poder ter condições de ajudar mais. Tem pessoas que, infelizmente, dentro da minha profissão, a saúde não está de brincadeira. Então isso cresceu a vontade de ir mais além. Então, a minha decisão foi essa para eu poder ingressar na vida pública.

Eu escolhi o PDT porque é um partido que me deu respaldo, até mesmo pelas histórias de Leonel Brizola. Eu peguei muito isso para mim. E eu decidi me filiar e me candidatar. Dentro desse contexto da minha candidatura eu tenho em mim que o meu mandato será no coletivo e no popular. Por que? Porque não adianta você estar numa redoma, “eu sou deputado estadual”, e daí? Tem que pegar o povo. O povo tem que estar comigo e eu e eu estar com o povo.

Eu tenho que saber qual é a dificuldade dessas pessoas, não tem que ter porta-voz. É o meu trabalho hoje. Então quero transformar o que eu faço dentro desses 9 anos (de experiência na área de saúde) com o povo e quero fazer disso um boom maior para poder ajudar mais. Só isso que eu digo: tem que ser no coletivo e no popular.

Dentro da saúde eu vejo inúmeras situações degradantes que fazem com que a nossa população fique refém dessa máquina que impõe põe coisas absurdas no contexto de saúde. Filas e mais filas para você fazer um exame, nessa filha você fica meses. Tem pacientes que ficam anos esperando por uma única consulta. Quando eu comecei a trabalhar na saúde, toda a parte de ajuda que a unidade fosse te oferecer seria feita através da triagem.

Hoje não é assim. Hoje é como se fosse uma máquina, que se chama *SISREG, que cuida do paciente. Mas ela (amaquina) não está vendo a necessidade do paciente. Eu sou a favor do ser humano cuidar do ser humano, não a máquina cuidar do ser humano. Dentro disso tem vários outros contextos. Por exemplo: se o paciente mora em Madureira, o SISREG capta essa pessoa que está na vez na fila e joga ele (para ser atendido) em Magé. Não é humanizado. Nós temos que aprimorar esse sistema do SISREG.

MANDATO COMPARTILHADO
tem que ser um mandato compartilhado onde a gente tem que estar inserindo arte, transporte, empreendedorismo, religião, educação. Dentro da religião a gente tem que estar combatendo essa questão da intolerância religiosa, que é um absurdo. Na educação a gente tem que ampliar as leis que são que a 10.639 (lei que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira) é 11.645 (história e cultura afro-brasileira e indígena).

ARTE E ESPORTE
Dentro da cultura urbana a gente tem que ter a arte e esporte que são os contextos que surgem nas periferias onde a maioria é negra e são menos privilegiados com essas atividades por falta de espaço físico, falta de centros culturais. As tradições de matriz africanas tem os blocos afros e afoxés, onde está relacionada à cultura religiosa. E dentro disso tem em seus calendários, os blocos têm seu calendários a serem definidos. Intencionalmente esse mandato compartilhado tem a responsabilidade de efetivar todas as suas atividades: na saúde, no esporte, na cultura, dentro do segmento de matrizes africanas, em todos esses contextos. 12.789, Luciana Xavier, tem que ser! A mulher não edifica ser lar? Então está na hora da gente mostrar o poder de arrumar a casa. O Rio de Janeiro é a nossa casa, o nosso estado é a nossa casa e a gente tem que mudar esse quadro.

* SISREG, Sistema on-line desenvolvido pelo DATASUS. O sistema funciona com navegadores (Internet Explorer, Mozila Firefox, etc.) instalados em computadores conectados à internet. Esse software é disponibilizado pelo Ministério da Saúde para o gerenciamento de todo Complexo Regulatório, indo da rede básica à internação hospitalar, visando à humanização dos serviços, maior controle do fluxo e a otimização na utilização dos recursos, além de integrar a regulação com as áreas de avaliação, controle e auditoria.