Seminário Reparação da Escravidão e os Ancestrais de Santa Rita

APRESENTAÇÃO
No centro do Rio de Janeiro, na região da Igreja de Santa Rita, realiza-se a construção da linha 3 do VLT. No local se dava o sepultamento de africanos recém-chegados na época da escravidão, durante o século dezoito, quando muitos foram trazidos ao Brasil. Até a transferência para o Cemitério de Pretos Novos na Gamboa, neste lugar eram enterrados aqueles que, ao chegar, não sobreviviam às durezas da travessia e aos sofrimentos impostos durante a captura em sua terra mãe. Trata-se do mesmo fenômeno que ocorreu na região do Cais do Valongo: a presença de restos humanos e artefatos da vida de ancestrais escravizados, encontrados em local remodelado urbanisticamente. Setores da sociedade civil preocupados com a ancestralidade de origem africana reivindicam o tratamento adequado dessa área no sentido de dar dignidade e reconhecimento aos seres humanos ali depositados. O IPEAFRO e parceiros realizam seminário para informar a sociedade sobre esse fenômeno, no intuito de contribuir para a construção de propostas para um tratamento adequado ao legado africano no contexto dessa nova linha do VLT e na perspectiva da reparação da escravidão negra no Brasil. Trata-se de um evento voltado à sociedade civil, sem cunho estritamente acadêmico.

LOCAL, DATA E HORÁRIO 
Auditório do Arquivo Nacional, Praça da República, 173 – Centro – Rio de Janeiro, dia 20 de setembro de 2018 (quinta-feira), das 17h às 21h30

O evento terá transmissão ao vivo na página do Arquivo Nacional no Facebook.

PROGRAMAÇÃO 
Mestre de cerimônia – Milsoul Santos

17h – Exibição de filmes

“Rostos familiares, lugares inesperados – uma diáspora africana global”, de Sheila Walker | Afrodiáspora
“Patrimônio Mundial da UNESCO, Cais do Valongo marca presença da herança africana no Brasil”, de Natalia Luz | UNIC Rio
“Patrimônio da Humanidade, Cais do Valongo recebe visita do rei Ashanti de Gana”, de Natalia Luz | UNIC Rio
“Entre o Brasil e a África houve uma troca forte e poderosa”, diz Alberto da Costa e Silva, de Natalia Luz | UNIC Rio

18h – “Padê de Exu Libertador” na voz do autor Abdias Nascimento, gravada por Djalma Corrêa | Performance com Thaís Ayomide, Pedro Vidal e Fernando Luiz

18h10 – Apresentação do tema 
• Monica Lima, historiadora e coordenadora do Laboratório de Estudos Africanos (LEÁFRICA/UFRJ); e integrante do comitê científico que preparou o dossiê da candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade
• Elisa Larkin Nascimento, diretora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO)

18h30 – Mesa de debates 
• Milton Guran, vice-presidente do Comitê Científico Internacional do Projeto Rota do Escravo da UNESCO
• João Carlos Nara, Jr., membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, arquiteto e urbanista da Coordenação de Preservação de Imóveis Tombados da UFRJ, especialista na história de Santa Rita
• Luiz Eduardo Alves de Oliveira (Negrogun), presidente do Conselho de Direitos do Negro do Estado do Rio de Janeiro e membro da Comissão Pequena África
• Mediação: Flávia Oliveira, jornalista e membro do Conselho de Matriz Africana do Museu do Amanhã

19h50 – Palavra da prefeitura
• Antonio Carlos Mendes Barbosa, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região Portuária (CDURP) 

20h20 – Discussão com o público presente

21h20 – Encerramento com poesia: Milsoul Santos

PARCEIROS
Goethe Institut
Arquivo Nacional
Redes da Maré
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)
Década Internacional dos Afrodescendentes 
Articulação de Mulheres Brasileiras
Bieta
Casa das Pretas
Casa Omolokum
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves (CADON)
Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (CEAP) 
Centro de Tradições Afro-Brasileiras (CETRAB)
Centro do Teatro do Oprimido (CTO)
Círculo Olympio Marques (COLYMAR)
Coletivo de Entidades Negras (CEN)
Comissão da Verdade da Escravidão do Negro no Brasil (CEVENB/OAB-RJ)
Comissão Pequena África
Companhia dos Comuns
Conselho Estadual dos Direitos do Negro (CEDINE)
Conselho Municipal dos Direitos do Negro (COMDEDINE)
Criola
Cultne – Acervo Digital de Cultura Negra
Delícias Trufadas
Étnicas Raízes
Filhos de Gandhi RJ
Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR)
Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN)
Instituto Pretos Novos (IPN)
Laboratório de Estudos Africanos (LEÁFRICA)/ UFRJ
Movimento Negro Unificado (MNU)
Pérola Negra
Por Dentro da África
Programa de Reflexões e Debates para a Consciência Negra (PRDCN) 
Rede Brasil Afroempreendedor (REAFRO)
União de Negros pela Igualdade (UNEGRO)

Mais informações
Julio Menezes Silva
(21) 99722-5153
redes@ipeafro.org.br

Tem circulado nas redes sociais a imagem do “santinho” de Abdias Nascimento com o slogan “Não vote em branco, Vote no Preto Abdias do Nascimento” da campanha política de 1950. 

Nesse pleito, o jornal Quilombo, dirigido por Abdias Nascimento, órgão de comunicação do Teatro Experimental do Negro (TEN), abriu as suas páginas para candidatos negros, independentemente de sua filiação partidária. 

Trata-se de um posicionamento editorial a favor da participação plena do negro no processo político, coerente com a prática social do movimento negro da época, que se mantém vivo e necessário até os dias atuais. 

Dando continuidade a essa postura e em homenagem aos 70 anos da primeira edição do Quilombo, o IPEAFRO convida os candidatos negros nas eleições de 2018, independentemente de sua filiação partidária, a realizarem uma entrevista na sede do Instituto para divulgação em nossos meios de comunicação.

 

jornal Quilombo 7-8 p5 1950

Leia as edições completas de Quilombo:

Jornal Quilombo nº 01