REAGIR É PRECISO: SEMINÁRIO AMPLIA LUTA ANTIRRACISTA NO BRASIL

Parte do grupo participa da atividade de aromaterapia, facilitada por Cris Felipe

Fórum Permanente Pela Igualdade Racial (FOPIR) promoveu conjunto de atividades nos dias 10, 11 e 12 de outubro em Belo Horizonte.  Mais de quarenta coletivos das cinco regiões do Brasil estiveram envolvidos em atividades formatadas em lançamento de livros e documentários, grupos de trabalho, divulgação de pesquisa, atividades culturais, conferência, palestras, mesa de debates, cuidado holístico e feira de empreendedores. 

O seminário foi pensado para aproximar e fortalecer coletivos, núcleos, organizações e
pessoas para a defesa dos direitos que impactam as questões raciais e de gênero. “É uma possibilidade de discutir intensamente estratégias com representantes de diferentes setores da sociedade civil para fortalecer o enfrentamento ao racismo”, sintetiza Valdecir Nascimento, secretaria-executiva do FOPIR.

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O IPEAFRO é uma das organizações que fazem parte do FOPIR, que conta ainda com Artticulação de Mulheres Negras Brasileiras, Associação Brasileira de Pesquisadores eAssociação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), Redes da Maré, Fundo Baobá, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação  Afirmativa (Gemaa),Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Observatório de Favelas e Odara Instituto da Mulher Preta. 

Lançamento cartilha Abdias Nascimento no Rio

“Abdias Nascimento não foi, ele é!”. A frase é de Luiz Eduardo Alves de Oliveira, presidente do Conselho  Estadual dos Direitos  do Negro (CEDINE) e do movimento negro do PDT. “A juventude tem que conhecer (Abdias). Com tantos heróis que nós temos, (Leonel) Brizola, Darcy (Ribeiro)… temos Abdias como um grande heroi, fundador do partido e um grande trabalhista”, conclui. A atividade será no Espaço Multiuso Professor Loreiro, na Rua do Teatro, 39 – Centro do Rio de Janeiro, a partir das 18h. 

O que Não Cabe em 500 Anos: Outra História dos Povos Africanos

O Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro, será palco da atividade O que Não Cabe em 500 Anos: Outra História dos Povos Africanos, uma aula-exposição ao ar livre, com acesso gratuito, no dia 20 de outubro (domingo) a partir das 15h. O evento é promovido pelo IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros e pelo Partiu! – Plano de Arte e Intervenção Urbana, e faz parte da Virada Sustentável 2019 e do Circuito Urbano 2019. A atividade tem como ponto de partida a Linha do Tempo dos Povos Africanos, pesquisa desenvolvida pelo IPEAFRO que remonta o quebra-cabeça da história autêntica da África, dos africanos e seus descendentes em todos os continentes, desde o berço da humanidade até os dias atuais. 

O artista urbano Cazé Arte apresentará ao público, pela primeira vez, sua interpretação da Linha do Tempo, no tamanho de 7,20m x 2,10m. A pintura será feita em um painel montado a partir de madeiras de demolição e pneus de bicicleta reaproveitados. O escritor e poeta Milsoul Santos abrirá o evento com sua interpretação do poema Padê de Exu Liberador, de Abdias Nascimento. O DJ Rajão criará a atmosfera afrocentrada com a batida ancestral. Após a introdução feita por Leonardo Veiga, do ONU-Habitat Brasil, os professores Mônica Lima (Instituto de História/UFRJ), Elisa Larkin Nascimento (IPEAFRO), Renato Noguera (Departamento de Educação/UFRRJ) e Carlos Alberto Medeiros (IFCS/ UFRJ) darão a aula, seguida de conversa com o público. 

SUSTENTABILIDADE, CIDADES E PATRIMÔNIO MUNDIAL
O Cais do Valongo foi uma entrada portuária central pelo qual chegou às Américas o maior contingente de africanos escravizados. Estima-se que mais de um milhão de negras e negros africanos tenham passado pela região. A proibição e o fim do tráfico de escravos e a abolição da escravatura no Brasil foram seguidas por um processo de ocultamento, inclusive material, dos vestígios. Em 2011, com as obras de revitalização da zona portuária, houve o “redescobrimento” do local, quando começou a luta por seu resgate histórico e de valor cultural como forma de resistência e memória. Em 2017, o Cais foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O que Não Cabe em 500 Anos: Outra História dos Povos Africanos faz parte da programação da Virada Sustentável 2019, maior festival do Brasil de cultura, mobilização e educação para a sustentabilidade, que terá atividades em mais de 30 bairros do Rio de Janeiro. O evento também faz parte do Circuito Urbano 2019, conjunto de eventos selecionados pelo ONU-Habitat que promovem debate e conscientização sobre o desenvolvimento urbano sustentável no Brasil.

PROGRAMAÇÃO 
Local: Cais do Valongo
Endereço: Av. Barão de Tefé, s/n – Saúde, Rio de Janeiro (em frente ao número 75)
Acesso: gratuito
Em caso de chuva: a atividade será realizada no Instituto Pretos Novos (IPN), na Rua Pedro Ernesto, 36 – Gamboa

15h às 18h30 – Exposição de peça artística elaborada por Cazé Arte
15h – Música ao ar livre com Pedro Rajão (Leão Etíope do Méier)
15h45 – Abertura com a poesia Padê de Exu Libertador, de Abdias Nascimento, interpretada por Milsoul Santos (IPEAFRO)
16h – Participação de Leonardo Veiga, da ONU-Habitat
16h15 – Aula com mediação de Elisa Larkin Nascimento
17h45 – Participação do público
18h30 – Encerramento 

ARTISTAS E PALESTRANTES

Cazé Arte, artista urbano, formado em design, com especialização em caráter design. Seu trabalho mais recente foi o mural retratando Amílcar Cabral na capital de Guiné-Bissau  
Pedro Rajão, DJ, produtor cultural e idealizador do coletivo cultural Leão Etíope do Méier 
Milsoul Santos, poeta, escritor e responsável pela dinâmica cultural do IPEAFRO. Autor dos livros Amor sem Miséria e Pássaro Preto. 
Profa. Dra. Mônica Lima (Instituto de História/UFRJ), especialista em História da África e dos Africanos no Brasil, coordenadora do LEÁFRICA (Laboratório de Estudos Africanos) e integrante da equipe que preparou o dossiê que fundamentou a candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade, aprovada pela UNESCO
Profa. Dra. Elisa Larkin Nascimento (IPEAFRO), autora da Linha do Tempo dos Povos Africanos e do respectivo Suplemento Didático e organizadora dos livros da coleção Sankofa, volumes 1 a 4 e o livro Adinkra, sabedoria em símbolos africanos 
Prof. Dr. Renato Noguera (Departamento de Educação/UFRRJ), pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro) e coordenador do Grupo de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Infâncias (Afrosin)
Prof. Doutorando Carlos Alberto Medeiros (IFCS/ UFRJ), jornalista e pesquisador na área de relações raciais, com atuação no movimento social e em órgãos governamentais de promoção da igualdade racial

Apresentação: Julio Menezes Silva (IPEAFRO e FOPIR)

PARCEIROS
Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO)
Plano de Arte e Intervenção Urbana (Partiu)  
Leão Etíope do Méier
Instituto Pretos Novos (IPN)
Virada Sustentável 2019
Tintas Coral
ONU-Habitat

SOBRE O IPEAFRO
O Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros, no Rio de Janeiro, atua na recuperação da história e dos valores culturais negros, no sentido de assegurar o respeito à identidade, integridade e dignidade étnica e humana da população afro-brasileira. Trabalha com fóruns, cursos, pesquisas, exposições, publicações, memória e patrimônio

SOBRE O PARTIU
O Partiu! – Plano de Arte e Intervenção Urbana promove intervenções culturais e sociais na Zona Portuária do Rio, tendo os ODS como diretrizes. O objetivo é  promover conscientização e valorização do entorno, quebrar paradigmas e auxiliar na reurbanização dessa região da cidade

MAIS INFORMAÇÕES 
Julio Menezes Silva | redes@ipeafro.org.br | +55 21 2509.2176
Duda Mattar |  oprojetopartiu@gmail.com | + 55 21 98151-1580