CONGRESSO VIRTUAL 2020 (UFBA): ASSISTA A ÍNTEGRA DA PALESTRA DA PhD. ELISA LARKIN NASCIMENTO SOBRE QUILOMBISMO

No momento em que a saúde e a educação estão sob ataque – da covid-19 e do desmonte do governo atual – o congresso virtual 2020, da Federal da Bahia – UFBA, é um ato de resistência e valorização da ciência. Assista a íntegra da palestra sobre quilombismo da PhD. Elisa Larkin Nascimento

Assista no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=2f_B5GzPRvo&feature=youtu.be

A proposta é do grupo de estudos quilombismo, de Abdias Nascimento, e Memórias da Plantação, de Grada Kilomba Participaram: prof. Julio Cesar de Sá Da Rocha, prof. Marina Guimarães Vieira, os graduandos Camila Bispo Vale, Jeferson Brandão Bomfim e Rebeca de Souza Vieira. 

A data da aula virtual foi 26 de maio de 2020, das 18h às 19h45. Mais sobre o congresso em: https://congresso2020.ufba.br/

 

 

 

2ª Ação Emergencial Contra a Covid-19 no Morro da Pereira (RJ)

Na manhã deste sábado, 23 de maio de 2020, 35 famílias de moradores do Morro da Pereira, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, receberam os kits (cestas) com alimentos agroecológicos, além de arroz, feijão, máscara, água sanitária, sabão ecológico e material educacional do IPEAFRO. Foi a 2ª etapa da ação emergencial por ocasião da covid-19, realizada pelo IPEAFRO em parceria com a rede Floresta Viva, a Associação de Moradores do Morro da Pereira e o Projeto Morrinho. Vale o registro da participação especial da educadora – e moradora do Morro da Pereira – Tereza Onã. 

A data é especial para o IPEAFRO, organização que cuida do legado do professor Abdias Nascimento e das organizações que ele fundou. Há nove anos, em 23 de abril de 2011, Abdias passou ao Orum quando tinha 97 anos de idade. Na mitologia da língua iorubá, Orum define o céu ou o mundo espiritual. Certamente, de lá, ele nos abençoa e nos dá força para dar continuidade à luta contra o racismo e pela valorização da cultura africana e afro-brasileira. Abdias vive em cada realização do IPEAFRO. Abdias, presente! 
 
Veja a primeira ação: https://ipeafro.org.br/acao-emergencial-contra-a-covid-19-no-morro-da-pereira/
 

O KIT
Os moradores foram selecionados por critérios que beneficiassem, preferencialmente, famílias comandados por mulheres. A cesta foi composta de: aipim, inhame, chuchu, banana, abacate, pocan, laranja lima, vagem manteiga, batata doce, abobrinha, acelga, alface lisa, salsa e manjericão. Todos esses ítens foram cultivados por família de agricultores localizados no interior do Rio de Janeiro (Nova Friburgo) sem o uso de agrotóxicos, o que garante alto teor nutricional ao alimento. Além dos legumes, frutas e verduras, cada kit recebeu 1 kg de feijão, 1 kg de arroz, 1 litro de água sanitária, 250g de sabão ecológico, feito a partir da reciclagem de óleo de cozinha, uma máscara de proteção individual e material institucional sobre Abdias Nascimento e o IPEAFRO. 

SOBRE
PROJETO MORRINHO
O projeto conta a história de uma comunidade, de forma autêntica e com respeito. Iniciado em 1997 por dois crias do morro, o espaço cultural articula lindamente a geografia em que foi formado, com vistas à Baía de Guanabara. O trabalho se desenvolve a partir de uma coleção de milhares de tijolos quebrados e pintados que são transformados em interpretações artísticas de ruas e bairros. O que começou holisticamente como uma manifestação do direito de brincar transformou-se numa revolução artística. Hoje, 24 anos depois, o Morrinho é um espaço comunitário coletivo e cultural que une criatividade, turismo, educação e ativismo. Os trabalhos artísticos já foram expostos no Brasil e no exterior.

FLORESTA VIVA
É uma rede de incentivo à agricultura livre de venenos, formada por dezenas de famílias organizadas em torno da agricultura familiar, na região de Nova Friburgo, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Os alimentos são cultivados e retirados da terra respeitando-se os preceitos da agroecologia, o que garante um produto alimentício de alto teor de qualidade. Além de cuidar do cultivo e da distribuição dos alimentos por diferentes cidades do Rio de Janeiro, os agricultores formam um cinturão de proteção da natureza, tratando a terra com o zelo que ele deve ter.    

INSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS(IPEAFRO)
É uma associação sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro que exerce sua ação em quatro áreas: ensino, pesquisa, cultura e documentação. Fundado por Abdias Nascimento em 1981, o IPEAFRO guarda seu acervo documental e museológico e com base nele exerce essa ação. Abdias Nascimento (1914 – 2011) foi um dos maiores expoentes da cultura negra e do pensamento afrocentrado no país e no mundo. Criou o Teatro Experimental do Negro e atuou como curador do projeto Museu de Arte Negra. Parlamentar, intelectual e homem de cultura, ele defendeu os direitos humanos e civis do povo negro no Brasil e no mundo. Foi indicado oficialmente ao Prêmio Nobel da Paz de 2010). Os valores culturais de matriz africana emergem com vigor nas suas criações plásticas e literárias como pintor, poeta e dramaturgo.

ASSOCICAÇÃO DE MORADORES DA PEREIRA DA SILVA
É uma organização de moradores cujos objetivos são proporcionar entretenimento sociocultural dentro da comunidade, ajudar na transformação social do local e áreas vizinhas, trazer visibilidade social e cultural, além de apoiar instituições locais, projetos, ONGs, comércio, pousadas e outros.

 

Diretora do IPEAFRO participa de Congresso Virtual da Federal da Bahia (UFBA)

Em 2020, durante o período de suspensão das atividades por conta da pandemia do novo Coronavírus, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) realiza, pela primeira vez, um Congresso Virtual, um espaço de interlocução entre os mais diversos saberes produzidos na universidade, dando visibilidade à sua produção e, ao mesmo tempo, possibilitando um contexto de debate sobre cenários e desafios desse momento. Elisa Larkin Nascimento, diretora do IPEAFRO, fará aula sobre estudos do conceito quilombismo, criado pelo professor Abdias Nascimento.  

Assista a palestra completa aqui: https://www.youtube.com/watch?v=2f_B5GzPRvo&feature=youtu.be

As inscrições estão abertas a todos os interessados, mas a submissão de propostas é restrita à comunidade UFBA. Não é obrigatória a inscrição para ter acesso aos conteúdos, mas serão emitidos certificado aos participantes inscritos.

http://congresso2020.ufba.br/

PRETARIA LANÇA PODCAST E APRESENTA O LIVRO “GENOCÍDIO DO NEGRO BRASILEIRO”, DE ABDIAS NASCIMENTO

A Pretaria, grupo editorial com projetos colaborativos voltados para a valorização da literatura afro-brasileira e da diáspora africana, lançou o seu podcast para discutir as relações étnico-raciais com foco na superação do racismo e discriminação em razão de raça/cor/etnia/religião/gênero ou origem. Elisa Larkin Nascimento, diretora do IPEAFRO, foi a primeira convidada e participou do podcast comentando as principais contribuições do autor Abdias Nascimento na luta Antirracista e na Literatura Brasileira.

Ouça o podcasthttps://anchor.fm/pretaria-blackbooks/episodes/Apresentao-da-Obra-do-Autor-Abdias-Nascimento–O-Genocdio-do-Negro-Brasileiro-ee47cc/a-a273tga

Na edição do BlackBooks referente ao mês de março 2020, em parceria com a editora Perspectiva e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), foi enviado para os membros do Clube o livro O Genocídio do Negro Brasileiro, de Abdias Nascimento (para saber como funcionam os planos de assinatura, clique aqui). A primeira edição do livro foi lançada em 1978 e basicamente reproduz o ensaio que Abdias redigiu a pedido do professor Pio Zirimu, então diretor do colóquio do Segundo Festival Mundial de Artes e Culturas Negras e Africanas, realizado em Lagos, na Nigéria, entre os dias 15 de janeiro e 12 de fevereiro de 1977.

Adquira o livro aqui: https://editoraperspectiva.com.br/produtos/genocidio-do-negro-brasileiro-o/ 

SOBRE A ENTREVISTADA
Elisa Larkin Nascimento é ativista e intelectual antirracista, doutora em psicologia e mestre em direito e em ciências sociais, presidente do IPEAFRO, Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, que trabalha com história e cultura de matriz africana e relações étnico-raciais. Ela coordena o tratamento técnico e a difusão do acervo de Abdias Nascimento, sob a guarda do IPEAFRO. Curadora de exposições com base nesse acervo, escreveu e organizou livros como O sortilégio da cor (2003), os cinco volumes da coleção Sankofa (2008-2009), e a biografia de Abdias Nascimento publicada pelo Senado Federal (2014).

SOBRE PRETARIA
A Pretaria é um Grupo Editorial com projetos colaborativos voltados para a valorização da literatura afro-brasileira e da diáspora africana, através do incentivo à leitura e a capacitação dos leitores nas temáticas das relações étnico-raciais com foco na superação do racismo e discriminação em razão de raça/cor/etnia/religião/gênero ou origem. O Grupo Editorial Pretaria surgiu em 25 de julho de 2015 no Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha com a reunião de um grupo de pesquisadoras negras (graduadas, mestrandas e doutorandas), para desenvolver projetos colaborativos que contribuem para a eliminação de preconceitos raciais e promoção de uma sociedade mais justa por meio da literatura. Possibilitando à população brasileira o reconhecimento das suas origens africanas e ameríndias, assim como à valorização de suas histórias e memórias culturais.

75 anos da estreia do primeiro espetáculo do Teatro Experimental do Negro

Em 8 de maio de 1945, o Teatro Experimental do Negro (TEN) fazia história. Pela primeira vez, negros e negras pisaram no teatro como público e protagonistas de um espetáculo. O TEN marcou de forma indelével a história do teatro brasileiro ao promover a valorização da identidade negra na dimensão cultural, histórica, étnica e artística. O estudo e a reelaboração criativa dos valores da cultura de matriz africana no Brasil moldaram a atuação artística do TEN, que era sempre acompanhada do ativismo cívico pela democracia e os direitos humanos.

“Na rota dos propósitos revolucionários do Teatro Experimental do Negro vamos encontrar a introdução do herói negro com seu formidável potencial trágico e lírico nos palcos brasileiros e na literatura dramática do país.”
– Abdias Nascimento

Além de encenar peças de teatro com uma qualidade plástica e dramática muito elogiada pela crítica da época, o TEN incentivou a criação de uma dramaturgia de autoria negra e sobre temas da vida do povo de matriz africana.

Peças encenadas

O imperador Jones, de Eugene O’Neill
Todos os filhos de Deus têm asas, de Eugene O’Neill
Festival do II aniversário do TEN
O moleque sonhador, de Eugene O’Neill
Recital Castro Alves
Calígula, de Albert Camus
O filho pródigo, de Lúcio Cardoso
Ato Poético Cruz e Souza
Aruanda, de Joaquim Ribeiro
Filhos de santo, de José de Moraes Pinho
Rapsódia negra, de Abdias Nascimento
Onde está marcada a cruz, de Eugene O’Neill
Sortilégio (mistério negro), de Abdias Nascimento
O sapo e a estrela, de Hermilo Borba Filho

Atuação política do TEN

Em 1945, o TEN organizou a Convenção Nacional do Negro Brasileiro, que teve sua primeira reunião em São Paulo e a segunda em 1946 no Rio de Janeiro.

A Convenção Nacional do Negro Brasileiro lançou, em 1945, o Manifesto à Nação Brasileira, reivindicando que a nova Carta Magna explicitasse a origem étnica do povo brasileiro, definisse o racismo como crime de lesa-pátria e punisse a sua prática como crime.O Manifesto também demandou políticas positivas de igualdade racial, como bolsas de estudos e incentivos fiscais.

Vários partidos subscreveram o Manifesto, inclusive o PTB, a UDN, o PSD e o PCB de Luiz Carlos Prestes. Mas quando o senador Hamilton Nogueira apresentou o projeto, a Assembleia Nacional Constituinte de 1946 o rejeitou sob a alegação de inexistirem provas de discriminação racial no país. O TEN passou, então, a denunciar vários casos de discriminação, inclusive os da antropóloga Irene Diggs e da coreógrafa Katherine Dunham. A divulgação desses casos ajudou a criar as condições para a posterior promulgação de uma legislação fraca e ineficaz, conhecida como Lei Afonso Arinos.

Ciente da necessidade de ter parlamentares negros para defenderem no Congresso propostas que beneficiassem a população negra, o TEN incentivou e apoiou o lançamento de candidatos negros. Seu jornal Quilombo abriu espaço para candidatos negros de todos os partidos.

A atuação política do TEN manteve-se ao longo do tempo. Em 1966, por exemplo, ele lançou uma Declaração de Princípios em que se posicionou contra o colonialismo, reivindicando o mesmo posicionamento do governo brasileiro.

O 1º Congresso do Negro Brasileiro (1950)

O 1º Congresso do Negro Brasileiro se definiu como um evento de estudo e reflexão e, ainda, um acontecimento político de cunho popular, em contraste a outros certames como os Congressos Afro-Brasileiros de Recife (1934) e Salvador (1937), que tratavam o negro como um simples objeto de pesquisa.

Os intelectuais negros reunidos na Conferência preparatória ao 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1949, insistiam no princípio de políticas de igualdade racial que antes propuseram à Assembleia Constituinte de 1946. Nas palavras do escritor Fernando Góes:

“É tempo de todos olharem o negro como um ser humano, e não como simples curiosidade ou assunto para eruditas divagações científicas. Que se cuide da ciência, não é só louvável, como imprescindível. Mas que se assista ao desmoronamento e à degradação de uma raça, de braços cruzados, me parece um crime, e um crime tanto maior quando se sabe o que representou para a formação e o desenvolvimento econômico do nosso País.”

Os anais do 1º Congresso do Negro Brasileiro encontram-se publicados, parcialmente, no livro O negro revoltado, que Abdias Nascimento só conseguiu publicar em 1968.

AÇÃO EMERGENCIAL CONTRA A COVID-19 NO MORRO DA PEREIRA

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

Quatro organizações da sociedade civil se juntaram em uma manhã de sol no Rio de Janeiro para facilitar o acesso a alimentos saudáveis e promover a esperança. Em 25 de abril de 2020, rede Floresta Viva, Associação de Moradores da Pereira da Silva, projeto Morrinho e Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) se juntaram para viabilizar um kit com dezenas de alimentos cultivados livres de veneno, 250g de sabão ecológico e um litro de água sanitária. A ação fez parte de um plano emergencial no contexto da pandemia mundial de saúde provocada pelo covid-19. O isolamento físico e social têm provocado a realidade de famílias pobres e negras à limites extremos de vida e sobrevivência. 

AÇÃO EM NÚMEROS

35 famílias beneficiadas

+ de 100 pessoas assistidas

4 organizações envolvidas

COMUNICAÇÃO
Redes Sociais do IPEAFRO
https://www.facebook.com/pg/Ipeafro1/photos/?tab=album&album_id=3175713472479826

https://www.instagram.com/p/B_a4ZP6p3W0/

SOBRE

PROJETO MORRINHO
O projeto conta a história de uma comunidade, de forma autêntica e com respeito. Iniciado em 1997 por dois crias do morro, o espaço cultural articula lindamente a geografia em que foi formado, com vistas à Baía de Guanabara. O trabalho se desenvolve a partir de uma coleção de milhares de tijolos quebrados e pintados que são transformados em interpretações artísticas de ruas e bairros. O que começou holisticamente como uma manifestação do direito de brincar transformou-se numa revolução artística. Hoje, 24 anos depois, o Morrinho é um espaço comunitário coletivo e cultural que une criatividade, turismo, educação e ativismo. Os trabalhos artísticos já foram expostos no Brasil e no exterior.

FLORESTA VIVA
É uma rede de incentivo à agricultura livre de venenos, formada por dezenas de famílias organizadas em torno da agricultura familiar, na região de Nova Friburgo, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Os alimentos são cultivados e retirados da terra respeitando-se os preceitos da agroecologia, o que garante um produto alimentício de alto teor de qualidade. Além de cuidar do cultivo e da distribuição dos alimentos por diferentes cidades do Rio de Janeiro, os agricultores formam um cinturão de proteção da natureza, tratando a terra com o zelo que ele deve ter.    

INSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS(IPEAFRO)
É uma associação sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro que exerce sua ação em quatro áreas: ensino, pesquisa, cultura e documentação. Fundado por Abdias Nascimento em 1981, o IPEAFRO guarda seu acervo documental e museológico e com base nele exerce essa ação. Abdias Nascimento (1914 – 2011) foi um dos maiores expoentes da cultura negra e do pensamento afrocentrado no país e no mundo. Criou o Teatro Experimental do Negro e atuou como curador do projeto Museu de Arte Negra. Parlamentar, intelectual e homem de cultura, ele defendeu os direitos humanos e civis do povo negro no Brasil e no mundo. Foi indicado oficialmente ao Prêmio Nobel da Paz de 2010). Os valores culturais de matriz africana emergem com vigor nas suas criações plásticas e literárias como pintor, poeta e dramaturgo.

ASSOCICAÇÃO DE MORADORES DA PEREIRA DA SILVA
É uma organização de moradores cujos objetivos são proporcionar entretenimento sociocultural dentro da comunidade, ajudar na transformação social do local e áreas vizinhas, trazer visibilidade social e cultural, além de apoiar instituições locais, projetos, ONGs, comércio, pousadas e outros.