EXISTE UM MONTE DE LIÇÃO NO 14 DE MARÇO

Por Milsoul Santos

EXISTE UM MONTE DE LIÇÃO NO 14 DE MARÇO,
data que remete à missão da catação de papel pra garantir o leite e o pão,
onde nada impediu a leitura,
a caneta,
o lápis,
escrita,
nem a determinação.
Sabe;
Carolina Maria de Jesus,
a Majestosa Preta favelada,
que trabalhava como catadora de papel e que,
nas horas vagas,
registrava o cotidiano da favela em cadernos que encontrava no meio do material que catava?,
ESTÁ VIVA E AINDA HÁ MUITO QUE SE FALAR SOBRE SUA INCRÍVEL CAMINHADA.

EXISTE UM MONTE DE LIÇÃO NO 14 DE MARÇO,
data que marca a historicidade do homem Preto que,
na sua infância,
aprende com sua mãe Preta a labuta antirracista,
labuta que ele começa aos 16 anos,
na década de 1930.
Sabe;
Abdias Nascimento,
o Preto pensador que saiu de Franca – São Paulo;
que superou escravidões,
guerras e revoluções e que,
pioneiramente,
denunciou o racismo à brasileira para outros irmãos e outras irmãs de outras nações e outros continentes?,
ESTÁ MORANDO NO ORUM,
CASA DE OLORUM,
E,
DE LÁ,
SEU GRAVE CONTINUA,
FEITO UM RUM,
TOCANDO FORTE N’ALMA PRETA DE CADA UMA E DE CADA UM.

EXISTE UM MONTE DE LIÇÃO NO 14 DE MARÇO,
data que tem sede de justiça,
dia suplementado pela esperança destemida e furiosa contida na franca militância que se inicia em alguém ao perder uma amiga,
vítima de uma suposta bala perdida.
Sabe,
a amorosa menina Preta favelada,
mãe guerreira nata que, dentre outras tantas,
vestiu as camisas de Socióloga,
de Mestra em Administração Pública e de Vereadora?,
CONTINUA MUDANDO O MUNDO COM NOVOS ROSTOS E SUAS PALAVRAS,
ASSIM COMO AS DA SESSÃO PLENÁRIA, NO DIA 08 DE MARÇO DE 2018,
CONTINUAM ABRINDO OS OLHOS DO POVO E SE MULTIPLICANDO DE MENTE EM MENTE
E DE CORPO EM CORPO.

CAROLINA, ABDIAS e MARIELLE: Vida, Ancestralidade e Continuação –
Por @milsooulsantos – 14 de março de 2021

LEÁ GARCIA: 88 ANOS DIVANDO

 
 
Hoje é dia de celebrar o aniversário de Léa Garcia, 88, a diva das artes cênicas no Brasil. Nascida no Rio de Janeiro a 11 de março de 1933, estreou nos palcos de teatro em 1952 com o espetáculo Rapsódia Negra (1952), de Abdias Nascimento, encenado pelo Teatro Experimental do Negro (TEN). Atuando junto ao TEN, Léa participou ainda das peças O imperador JonesTodos os Filhos de Deus tem asas e Onde está marcada a cruz, todas de Eugene O’Neill; bem como O Filho Pródigo de Lúcio Cardoso, Sortilégio(mistério negro) de Abdias Nascimento, e O sapo e a estrela de Hermilo Borba Filho. Foram mais de 20 peças ao longa carreira, com trabalhos destacados ainda em Perdoa-me por me traíres (1959), de Nelson Rodrigues; Piaf (1983), com Bibi Ferreira; Romanceiro da Inconfidência (2000), dirigido por Vilma Dulcetti. 
 

No cinema, sua estreia foi protagonizando o premiadíssimo filme Orfeu Negro (1959), de Marcel Camus. Foram inúmeras participações em filmes desde então, sendo as mais recentes em: As Filhas do Vento (2005), do diretor Joel Zito Araújo, no qual ganhou seu primeiro Kikito – prêmio mais importante do cinema nacional; Acalanto (2012), de Arturo Saboia, baseado num conto de Mia Couto, que lhe rendeu o segundo Kikito, em 2013; Acúmulo, de Gilson Junior, no qual é protagonista.  Na telinha, estreou no Grande Teatro da TV Tupi (1950). Esteve em dezenas de novelas e seriados desde então: Vendem-se Terrenos no Céu (1963), Assim na Terra como no Céu (1970), Os Ossos do Barão (1973), Escrava Isaura (1976), um fenômeno de audiência dentro e fora do país. Recentemente, esteve nas produções Anjo Mau (1997), O Clone (2001), A Lei e o Crime (2009) e Mister Brau (2017). 

CLIQUE AQUI SE QUISER SABER MAIS SOBRE A LÉA GARCIA

Pela sua atuação enquanto ativista, mulher e negra, foi reconhecida com a medalha Pedro Ernesto da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; recebeu a medalha da Academia Brasileira de Letras; o Golfinho de Ouro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e o Tatu de Prata de Melhor Atriz (pelo curta-metragem Memórias da Chibata, de Marcos Manhães Marins) em 2007; recebeu Menção Honrosa no Festival de Gramado de 2008 por sua atuação em Hoje tem Ragu, de Raul LaBancca; e foi homenageada no Festival de Cinema do Rio Grande do Norte de 2009 pela sua atuação no filme Dias amargos de Sílvio Coutinho.

O IPEAFRO saúda esta grande pessoa humana!

Fontes: Memória O Globo e site do IPEAFRO

Documentário “Banzo”celebra o 14 de março

Agô Performances Negras lança o documentário do espetáculo “BANZO” em 14 de março, às 19h, no canal do @YouTube do @ago.performancesnegras e do @ipeafro. A ação será realizada na data simbólica do 14 de março, dia de nascimento de Abdias Nascimento (1914-2011) e de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), além de ser o marco do assassinato da vereadora Marielle Franco (1979-2018).

O documentário reflete sobre a legitimação, valorização e conscientização da história preta brasileira. Em cena, Wil Oliveira e Vanessa Soares representam marcas, elementos e experiências diaspóricas, onde suas histórias e seus corpos são discursos e memórias de extrema potência, tanto estética quanto social.
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Texto: @ago.performancesnegras, @ybianco, @ipeafro
Arte: @arthuroots, @will_mueliambwa, @festinalenteredes
Apoio: @nucleo_ximbra

#banzo
#smc
#vai2019
#ipeafro
#abdiasnascimento
#mariellefranco
#agoperformancesnegras

Dia Internacional da Mulher e as Vozes do TEN

 
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o IPEAFRO se reúne às vozes e ações das mulheres no mundo, das trabalhadoras e das que pertencem a povos historicamente discriminados. Nosso tributo a todas elas, nas pessoas das mulheres do Teatro Experimental do Negro (TEN), que criaram no interior dessa organização a Associação de Empregadas Domésticas e o Conselho Nacional de Mulheres Negras. Arinda Serafim atuou na estreia do TEN no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 8 de maio de 1945, no papel da Velha Nativa da peça O imperador Jones. Marina Gonçalves, Ilena Teixeira, Mercedes Baptista, Ruth de Souza, Guiomar Ferreira de Mattos, Milca Cruz e outras mulheres se destacaram no TEN. Léa Garcia liderou uma geração mais jovem, com sua elegância e profundeza de interpretação na Rapsódia Negra e no Sortilégio (Mistério Negro) de Abdias Nascimento, além de reencenar O imperador Jones uma década após a estreia do TEN.
Maria Nascimento, autora da coluna “Fala a Mulher” no Quilombo, jornal do TEN, acabou de ganhar uma biografia escrita pela historiadora Giovana Xavier e publicada pela UFF. Nossa homenagem comovida a essas duas ativistas e intelectuais negras!
 
Conheça a coluna de Maria Nascimento no site do IPEAFRO:
 
 

Documentário sobre o TEN integra agenda oficial do #MarçoDeLutas

O documentário sobre o Teatro Experimental do Negro (TEN) está na agenda oficial da terceira edição do Março de Lutas,  uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. Lançado em 2016 pelo IPEAFRO e pelo Cultne, o filme celebra o aniversário de nascimento de Abdias do Nascimento (1914- 2011) – ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações afro-brasileira. A data do 14 de março é simbólica:  pois marca ainda o nascimento da escritora Carolina Maria de Jesus, além de ser o marco do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Por lei estadual no Rio de Janeiro, o dia 14 de março é Dia do Ativista pelo aniversário de Abdias, e Dia Marielle Franco de Luta contra o Genocídio das Mulheres Negras.

A agenda é uma iniciativa da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), cujo objetivo é ampliar a mobilização do dia 08 de março, um marco internacional de luta contra o patriarcado e o racismo, para o mês inteiro a partir da agenda #MarçoDeLutas, um conjunto de ações coletivas para reafirmar a resistência negra e feminina no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências, viabilizar denúncias para potencializar o enfrentamento ao racismo, o sexismo e a lesbitransfobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres.

Ao vivo, acontecem dois encontros on-line. O primeiro é a Live “Mulheres Negras Contra a Violência Política”, com a participação de parlamentares brasileiras que sofreram ataques recentes, no dia 05 de março, às 19h. O segundo é o “Diálogo Internacional – 20 anos da Conferência de Durban e a luta global contra o Racismo”, com a presença de mulheres negras das Américas, em 19 de março, às 15h.

No dia 08 de março será lançada uma revista eletrônica sobre o protagonismo das mulheres negras numa das maiores mobilizações brasileiras, em termos de articulação e engajamento. “Marcha das Mulheres Negras – Da ancestralidade ao futuro” é o nome da revista eletrônica, resultado de parceria da AMNB com o Cultne – Maior acervo digital de cultura negra da América Latina, que também é parceiro na exibição de materiais de audiovisual do acervo e produção de materiais inéditos sobre o legado da luta das mulheres negras no Brasil.

“O Março de Lutas vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos, protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política”, comenta Valdecir Nascimento, coordenadora executiva da AMNB.

O conjunto de ações honra legados e trajetórias de pessoas e organizações negras com marcos históricos no mês de março como: os 3 anos do assassinato da militante negra parlamentar Marielle Franco, no dia 14 de março de 2018, ainda sem justiça; Neste mesmo dia homenageamos o nascimento de duas estrelas negras que tiveram grande contribuição para a luta negra brasileira: Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento – ambos nascidos em 14 de março de 1914.

Já no dia 16 de março de 2021 faz sete anos que a trabalhadora Claúdia Ferreira foi assassinada por Policiais Militares (PMs) do Rio de Janeiro e arrastada do lado de fora da viatura, fato que será lembrado. É também em março, dia 21, que celebramos o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Em 27 de março celebramos o nascimento de outra estrela negra brasileira, Luiza Bairros, que tem inspirado homens e mulheres negras com seu legado.

“Continuaremos em marcha até que todas as Marielles, Claudias, Carolinas, Abdias e Luizas tenham direito à vida e ao Bem Viver”, ressalta a coordenadora executiva da AMNB, Valdecir Nascimento. A primeira edição do Março de Lutas foi criada em 2019, em Salvador (BA), pelo Odara – Instituto da Mulher Negra. Nas edições anteriores foram realizadas ações de comunicação em alusão às datas que fazem parte da agenda. Confira a agenda completa no quadro abaixo.

Sobre a AMNB – A Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) é constituída por 49 organizações de mulheres negras, distribuídas nas cinco regiões do Brasil. São 20 anos atuando com a missão institucional de promover a ação política articulada de grupos e organizações integrantes, com enfrentamento ao racismo, sexismo, lesbofobia e todas as formas de discriminação.

Serviço – Março de Lutas / Agenda AMNB

Site com Programação detalhada: http://amnb.org.br/marcodelutas

Fotos de Divulgação: http://bit.ly/FotosAMNBImprensa

Redes: https://www.instagram.com/amnboficial/

Local das Lives: http://bit.ly/YoutubeAMNB

Assessoria de imprensa – Paó Comunicação/Cultne: 61 98179-9316

Data/Hora PROGRAMAÇÃO – Março de Lutas 2021
01/03 Lançamento do hotsite da campanha nas redes sociais
05/03 – 19h Live “Mulheres Negras Contra a Violência Política”

Participantes: Ana Lúcia Martins (Vereadora PT \ Joinville); Vereadora Carol Dartora (Vereadora PT / Curitiba); Vereadora Dandara (Vereadora PT / Uberlândia);  Lívia Duarte  (Vereadora PSOL/ Belém); Erica Hilton (Vereadora PSOL / SP).

Mediação: Terlúcia Silva (AMNB)

Transmissão – Canais do Youtube e Facebook da AMNB

08/03 – 19h30 Lançamento da Revista Eletrônica “Marcha das Mulheres Negras – Da ancestralidade ao futuro”

Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB

14/03 – 19h30 19h30 – Re-exibição de curta-metragens produzidos pelo acervo Cultne:

“Marielle Presente – Eu sou porque nós somos”;

“Teatro Experimental do Negro – Abdias Nascimento”;

“Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus”, estrelando Ruth de Souza.

Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB

16/03 – 19h30 Re-exibição do documentário “Somos tod@s Claudia!!”, ato público registrado pelo acervo Cultne em 2014.
Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB
19/03 – 15h Diálogo Internacional – 20 anos da Conferência de Durban e a luta global contra o Racismo.
21/03 Mobilização nas redes sociais da AMNB:

Publicação de materiais da campanha em alusão ao Dia de Eliminação da Discriminação Racial

27/03 – 19h30 Lançamento do documentário “Tributo à Luiza Bairros” produzido pelo acervo Cultne.

Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB

31/03 Mobilização nas redes sociais da AMNB:

Publicação de materiais da campanha para referenciar a participação da população negra na luta pela democracia e contra a ditadura militar.