O Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (Nirema), da PUC-Rio, completou 15 anos de existência em junho deste ano. Para celebrar a data, o Nirema convidou a socióloga americana Patrícia Collins, que falou de interseccionalidade, justiça social e solidariedade política, ao tempo em que deu posse à sua primeira coordenadora negra, a professora de Direito Thula Pires. O IPEAFRO teve o orgulho de poder homenageá-la com um poema oferecido pelo nosso artista Milsoul Santos.
O IPEAFRO e o Nirema têm um vínculo forte de interesses e atividades em comum. O IPEAFRO contou com a colaboração do Nirema em parceria para realizar várias iniciativas em torno da exposição “Abdias Nascimento 90 anos – Memória Viva” em 2004. A primeira versão da exposição ocupou todo o espaço expositivo do Solar Grandjean de Montigny, espaço cultural da PUC-Rio, por ocasião da conferência internacional da Associação de Estudos Brasileiros (BRASA) daquele ano. Logo depois, o IPEAFRO ocupou todos os espaços expositivos da então recém inaugurada sede do Arquivo Nacional, antiga Casa da Moeda, com a retrospectiva sobre a vida e obra de Abdias Nascimento. O Nirema foi nosso parceiro de realização do Colóquio Internacional “Ancestralidade Africana e Cidadania: o Legado Vivo de Abdias Nascimento” e da mostra de filmes no contexto da exposição. O Nirema ainda contribuiu com a organização de uma equipe de mediadores, alunos negros da PUC-Rio que ajudaram a apresentar a exposição para grupos escolares e de docentes.
Assim como o IPEAFRO, embora de forma indireta, o Nirema surge a partir da luta de alunos negros da PUC-Rio e de docentes como a saudosa professora Lélia Gonzalez, professora e diretora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio no momento de sua morte em 1994. O Nirema surge no contexto das políticas afirmativas de inclusão de negros instituídas pela PUC-Rio como resultado da pressão do movimento negro, mais especificamente dos pré-vestibulares para negros e carentes organizados por Frei David dos Santos, hoje à frente da Educafro. Dessa forma, o pioneirismo da PUC-Rio neste particular se deve à movimentação protagonizada pelos negros brasileiros.
Nossas saudações por esses 15 anos de realizações!