“A larva no caroço”: Regina Casé, o programa Esquenta! e a deseducação étnico racial, por Everton Marcos Grison

RESUMO

A televisão possui um papel decisivo na formação da consciência das pessoas. Muitos interagem com outras realidades e culturas através do que percebem nas telas. Por outro lado, percebe-se um domínio no aparato televisivo, impactando na consciência das pessoas e no seu modo de viver. Para tanto, os pensadores da
Teoria Crítica são referências no estudo acerca das artimanhas que desencadearam o domínio das pessoas no século XX, na propagação da paralisia e aceitação das condições de vida. A informação, o acesso aos bens culturais e materiais, o consumo, não foram suficientes para esclarecerem os indivíduos. Ao contrário, produziram em grande medida seres passivos. Tal fato é reforçado por mediações culturais direcionadas. A partir disso, esta pesquisa analisa a mediação cultural de Regina Case, apresentadora do programa Esquenta!!, da Rede Globo de Televisão. A reflexão é fortuita, pois se acredita na ideia de que, tanto o programa como a mediação de Casé, representam um atraso educativo do ponto de vista étnico racial.
O programa é baseado em manifestações que constroem uma consciência falsa, como apontado por Theodor Adorno, em suas analises sobre a produção cultural contemporânea. Esta forma de consciência aceita e reproduz a deseducação étnico- racial. Sua superação demanda uma educação como resistência, isto é, o reconhecimento do fracasso racional com os campos de extermínio e o distanciamento dos projetos de educação focados em compromissos. O antídoto para a deseducação étnico-racial inscreve-se na educação que discute na democracia a própria democracia e o reconhecimento dos seres como participantes.

Palavras chaves: TV. Educação. Étnico-racial. Adorno. Emancipação.

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