70 anos do 1º Congresso do Negro Brasileiro

Foto: Jorge Prado Teixeira (de pé); Edison Carneiro, Guerreiro Ramos, Hamilton Nogueira, Ruth de Sousa, Milca Cruz, Abdias Nascimento e uma taquigrafa.

Há exatos 70 anos, dava-se início ao 1º Congresso do Negro Brasileiro, no Rio de Janeiro. Em um 26 de agosto de 1950, mulheres e homens negros promoveram evento de estudo e reflexão e, ainda, um acontecimento político de cunho popular, em contraste a outros certames como os Congressos Afro-Brasileiros de Recife (1934) e Salvador (1937), que tratavam o negro como um simples objeto de pesquisa.

Os intelectuais negros reunidos na Conferência preparatória ao 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1949, insistiam no princípio de políticas de igualdade racial que antes propuseram à Assembleia Constituinte de 1946. Nas palavras do escritor Fernando Góes:

“É tempo de todos olharem o negro como um ser humano, e não como simples curiosidade ou assunto para eruditas divagações científicas. Que se cuide da ciência, não é só louvável, como imprescindível. Mas que se assista ao desmoronamento e à degradação de uma raça, de braços cruzados, me parece um crime, e um crime tanto maior quando se sabe o que representou para a formação e o desenvolvimento econômico do nosso País.”

Os anais do 1º Congresso do Negro Brasileiro encontram-se publicados, parcialmente, no livro “O negro revoltado“, que Abdias Nascimento só conseguiu publicar em 1968. 

Acevo:@ipeafro