ILÊ OMOLU OXUM: 50 ANOS DE TRADIÇÃO E RESISTÊNCIA

Mãe Meninazinha de Oxum (direita) na festa dos 50 anos do Ilê Omolu Oxum. Foto: Elisa Larkin Nascimento

O terreiro Ilê Omolu Oxum completou 50 anos de atividades tendo à frente a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, liderança destacada na sua comunidade, pela sua luta contra a intolerância religiosa e em favor da democracia e dos direitos humanos. Ao longo dos anos realizou muitos projetos, inclusive no contexto da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), que celebrou seus 15 anos em junho.  O Ilê se lançou recentemente ao desafio da campanha Liberte Nosso Sagrado, que tem o objetivo de retomar os objetos sagrados que foram”apropriados” pelo Estado em ações da polícia, na época em que a prática do Candomblé era criminalizada explicitamente por lei. 

 

 

Mesmo com o “fim da escravidão”, eram proibidas e perseguidas as religiões e práticas ligadas aos negros, como a capoeira. Assentamentos, vestimentas, objetos sagrados e instrumentos litúrgicos eram proibidos e “confiscados” pelo Estado em operações policiais. Essa história de perseguição da religião de matriz africana ocorre desde que o primeiro africano aqui desembarcou e, de forma mais intensa, na Primeira República (1889-1930) e na Era Vargas (1930-1945), quando três artigos do Código Penal vigente na época criminalizavam essas religiões.

 

O IPEAFRO esteve presente à cerimônia que marcou os 50 anos do Ilê Omolu Oxum e saúda toda a comunidade, em especial Mãe Meninazinha de OxumAxé!