INAUGURAÇÃO DO MUSEU DE ARTE NEGRA DO IPEAFRO NO AMBIENTE VIRTUAL

A partir das 18h do dia 13 de novembro de 2021, será inaugurado o Museu de Arte Negra (MAN-IPEAFRO) em sua plataforma virtual, com exposição em 3D e realidade aumentada. Depois de 71 anos, o Museu de Arte Negra sonhado por Abdias Nascimento ganha uma sede!

O evento híbrido terá transmissão ao vivo, desde o estúdio do Museu de Arte do Rio (MAR), nos canais Youtube do IPEAFRO e do CULTNE. O link permanente da transmissão  é: https://www.youtube.com/watch?v=AS32AUnYQ4E

Haverá transmissão simultânea pelo Facebook do portal Áfricas, num pool de 63 organizações – entre elas o canal Pensar Africanamente. O evento será transmitido ao vivo do Museu de Arte do Rio – MAR. Na ocasião, o IPEAFRO dará posse ao embaixador e à embaixadora do MAN – Emicida e Érica Malunguinho. Tornará pública a homenagem realizada na Serra da Barriga, em Alagoas, aos 10 anos da deposição das cinzas de Abdias Nascimento. Ele fundou o Museu de Arte Negra e foi seu primeiro curador. Como artista plástico, Abdias Nascimento contribui com pinturas próprias que integram o acervo MAN-IPEAFRO e serão o foco da primeira exposição em 3D e realidade aumentada.

O PROJETO MAN VIRTUAL
O Museu de Arte Negra do IPEAFRO terá uma plataforma virtual dinâmica e interativa, com acesso gratuito. Nela, o usuário pode consultar informações sobre as obras de arte, ter acesso a documentos históricos, vídeos e publicações. As novas tecnologias estarão presentes para atrair o público jovem. A exposição inaugural trará com pinturas de Abdias Nascimento em três dimensões (3D) e com possibilidade de experiência em  realidade aumentada. Esse projeto é possível pelo edital Matchfunding BNDES+ 2020, um programa de fomento cultural que  adota um modelo de financiamento combinado, unindo o aporte direto do BNDES ao financiamento coletivo (crowdfunding). O volume de recursos arrecadados para execução do projeto até o final de 2021 é de 100 mil reais. Deste valor, 50% veio do aporte direto do banco e a outra metade veio por meio da campanha de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria. A execução do projeto é auditada pela Sitawi. 

HISTÓRICO
O MAN é um projeto do Teatro Experimental do Negro (TEN) que se desenvolveu sob a liderança de Abdias Nascimento. Concebido a partir de 1950 para valorizar a arte, a cultura e a pessoa negra, combatendo o racismo estético, o MAN teve ampla adesão entre artistas e intelectuais brasileiros. Em 1968, aos 80 anos da abolição da escravatura, o MAN abriu sua exposição inaugural. No mesmo ano, o AI-5 mandou Abdias Nascimento, curador do projeto, para um exílio de 13 anos. Suspensas as atividades do MAN no Brasil, Abdias Nascimento seguiu cuidando do projeto no exterior. Em 1981 ele criou o IPEAFRO, que guarda o acervo, realiza atividades educativas e culturais, e atua no combate ao racismo. 

A história do Museu de Arte Negra (MAN) confunde-se com a trajetória e a liderança de Abdias Nascimento (1914- 2011). Poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, ativista pan-africanista, professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, Abdias Nascimento, também, foi Deputado federal, Senador da República do Brasil e Secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro. Com diversos livros publicados e uma carreira nacional e internacionalmente reconhecida, foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz (2009).  Abdias Nascimento morreu em 2011. Suas cinzas foram depositadas na Serra da Barriga, em Alagoas, local histórico da República de Palmares, no qual seu quilombo mais conhecido homenageia seu líder Zumbi dos Palmares. 

PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE
O acervo documental e iconográfico de Abdias Nascimento é reconhecido no  Registro Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO (MOW  Brasil). O acervo também recebeu o registro de Memória do Mundo na América Latina e Caribe (MOWLAC).