Dramas para negros e prólogo para brancos é uma antologia do teatro negro brasileiro, organizada por Abdias Nascimento e publicada no Rio de Janeiro, em 1961, pelo Teatro Experimental do Negro (TEN). A coletânea reúne os textos de várias peças escritas para o TEN ou por ele encenadas.
No “Prólogo para brancos”, Abdias Nascimento rompe com a perspectiva tradicional do teatro brasileiro que, até então, reduzia o negro à condição adjetiva, folclórica e estereotipada. O “Prólogo” é um dos primeiros textos publicados no Brasil que afirma a civilização clássica egípcia (no caso, o seu teatro) como africana e anterior à grega. Fundador do TEN, o autor redimensiona a importância nos tablados do negro e sua cultura. Quebrando a barreira de cor no teatro brasileiro, o TEN levou artistas negros aos palcos para desempenharem papéis de heróis e protagonistas. Além disso, o TEN incentivou a criação e apreciação de uma literatura dramática centrada em temas da cultura e história do negro no Brasil, alguns exemplos da qual o livro reúne.
As peças que compõem este livro exemplificam essa inovadora abordagem teatral do indivíduo negro, sua família, comunidade, e vida social e cultural.
Aqui os textos das peças são apresentados em duas partes. A primeira parte inclui O filho pródigo, de Lúcio Cardoso; O castigo de Oxalá, de Romeu Crusoé; Auto da Noiva, de Rosário Fusco; Sortilégio (Mistério Negro), de Abdias Nascimento; Além do Rio, de Agostinho Olavo.
A segunda parte contém Filhos de Santo, de José Moraes Pinho; Aruanda, de Joaquim Ribeiro; Anjo Negro, de Nelson Rodrigues; O emparedado, de Tasso da Silveira.