Livro Adinkra – Sabedoria em símbolos africanos terá lançamento no Museu de Arte do Rio (MAR)

Encontro aberto ao público reúne os organizadores da obra, Elisa Larkin Nascimento e Luiz Carlos Gá, e a educadora Janete Ribeiro. A moderação será do curador-chefe do MAR, Marcelo Campos.

No dia 1º de setembro, a Editora Cobogó e o IPEAFRO (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros) promovem o lançamento do livro Adinkra – Sabedoria em símbolos africanos
no Museu de Arte do Rio (MAR). O evento acontecerá no auditório do museu, às 15h, e terá uma conversa aberta ao público com Elisa Larkin Nascimento, presidente do IPEAFRO, Luiz Carlos
Gá, artista visual, organizadores do livro, e a educadora Janete Ribeiro. A moderação será do curador-chefe do MAR, Marcelo Campos.

Durante milênios, os povos soberanos da África foram agentes ativos do desenvolvimento da civilização humana em todo o mundo, numa influência que se estendeu à Ásia, à Europa e à
América a partir de sistemas de escrita, avanços tecnológicos, estados políticos organizados e tradições epistemológicas. Criado pelo povo que habita o território que hoje chamamos de Gana, o adinkra é um desses sistemas. Em um universo filosófico e estético baseado no corpo humano, figuras de animais, plantas, astros e outros objetos, os desenhos incorporam, preservam e transmitem aspectos da história, filosofia, valores e normas socioculturais dessa rica cultura africana. Adinkra – Sabedoria em símbolos africanos apresenta mais de 80 símbolos acompanhados por significados, provérbios e simbologia originais.

“Temos certeza de que o conteúdo deste volume será de grande valor para uma população que, para inserir-se num mundo cada vez mais globalizado, procura fundamentar uma nova articulação de sua identidade. Referimo-nos aí à população brasileira, não só aos negros brasileiros. Mas, para os negros, há uma dimensão especial dessa recuperação de sua identidade. A distorção, o escamoteamento e a supressão das referências sobre sua história e cultura significa ignorar as suas raízes, que são também raízes do Brasil. Esse fato contribui para a baixa autoestima, o que impede o acesso pleno às oportunidades e mina a capacidade de lutar por direitos”, escrevem os organizadores Elisa Larkin Nascimento e Luiz Carlos Gá.

A edição conta ainda com um texto do escritor, compositor e cantor Nei Lopes, prefácio do professor, historiador e cientista político ganês Anani Dzidzienyo e um ensaio da pesquisadora e artista plástica Renata Felinto sobre os adinkra e os paradigmas não europeus de registro das historicidades.

Sobre os organizadores do livro
Elisa Larkin Nascimento, mestre em direito e em ciências sociais pela Universidade do Estado de Nova York e doutora em psicologia pela USP (Universidade de São Paulo), dirige o Ipeafro (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros). Idealizou e organizou o curso “Sankofa: Conscientização da cultura afro-brasileira” na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). É curadora do acervo de Abdias Nascimento e autora de O sortilégio da cor (2003) e Sankofa: Matrizes africanas da cultura brasileira, 4 vols. (2008-2009).

Luiz Carlos Gá é artista plástico, bacharel em design gráfico pela Escola de Belas Artes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Foi professor de design gráfico na Escola de Artes Gráficas do Senai, na Escola de Belas Artes da UFRJ, nas Faculdades Integradas Silva e Souza e na Universidade Estácio de Sá. Integra várias organizações do movimento social afro- brasileiro e foi presidente do Conselho Executivo do IPDH (Instituto Palmares de Direitos Humanos).

Sobre os convidados
Janete Santos Ribeiro é mestre em Educação pela UFF, professora de História da Rede FAETEC, membra do NEAB Sankofa da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch (ETEAB) e autora de capítulos de livros. Intelectual da Tríade Academia, Ativismos e Escola Básica desde 1986.

Marcelo Campos é curador-chefe do Museu de Arte do Rio (MAR), diretor do Departamento Cultural da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e membro dos conselhos do Museu
do Paço Imperial e do Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. É doutor em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. É autor do livro Escultura contemporânea no Brasil: Reflexões
em dez percursos (2016) e organizador de Lucia Laguna (2021).

Sobre a Cobogó
A Editora Cobogó foi criada em 2008, com o objetivo de refletir sobre a arte, a cultura e o tempo presente. A casa possui, hoje, um catálogo de mais de 300 títulos. Destes, 90% são projetos originais, desenvolvidos pela Cobogó junto a seus autores, artistas e colaboradores, em sua maioria brasileiros. Para compor o conjunto de títulos e coleções inovadoras, a Cobogó valoriza a interdisciplinaridade, a pluralidade de vozes e a diversidade de temas, colocando-se como um agente das mudanças de paradigmas em curso no Brasil e no mundo. A cada nova publicação,
a Cobogó estimula a reflexão e promove o conhecimento, levando adiante um projeto consciente de (re)construção coletiva, reafirmando sua crença na transformação das relações sociais por
meio da leitura e da cultura.

Sobre o IPEAFRO
O Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros é uma associação sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro que exerce sua ação em quatro áreas: ensino, pesquisa, cultura e
documentação. Seus objetivos estatutários são: cooperar com a população afrodescendente na recuperação de sua história e na manutenção e expansão de seus valores culturais de origem e do
respeito à sua identidade, integridade e dignidade étnica e humana; dimensionar a importância da contribuição dos africanos e afrodescendentes na construção do Brasil e do mundo; promover e contribuir para o conhecimento sistemático da realidade dinâmica e pluridimensional da comunidade afro-brasileira, bem como das suas relações históricas e implicações atuais com os
africanos e suas culturas, tanto no continente quanto na diáspora africanos, aplicando uma metodologia em consonância com os valores endógenos da própria comunidade afro-brasileira.

Contato Editora Cobogó
Clarissa Stycer
midias@cobogo.com.br
(21) 999886983

Serviço 
Lançamento do livro Adinkra – Sabedoria em símbolos africanos
Conversa com Elisa Larkin Nascimento, Luiz Carlos Gá, Janete Ribeiro e Marcelo Campos.
01/09, às 15h, Museu de Arte do Rio – MAR. Auditório, 5º andar.
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro.

Serviço do livro

Título: Adinkra – Sabedoria em símbolos africanos
Organizadores: Elisa Larkin Nascimento e Luiz Carlos Gá
Autores: Elisa Larkin Nascimento, Luiz Carlos Gá,
Nei Lopes, Renata Felinto
Designer: Thiago Lacaz
Idioma: Português
Número de páginas: 160
Editora: Cobogó
ISBN: 978-65-5691-076-5
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21 cm
Ano de publicação: 2022
Preço: R$ 56,00
CDD: 306.40148

Espetáculo Améfrica – em 3 Atos, do Coletivo Legítima Defesa, elabora as confluências negras e indígenas

 

O novo espetáculo do Coletivo Legítima Defesa, Améfrica, trata das trajetórias negras e indígenas a partir de seus próprios legados. O Coletivo traz a poesia e a política das confluências negras e ameríndias, partindo do conceito cunhado por Lélia Gonzalez, a amefricanidade. Pinturas de Abdias Nascimento são elementos disparadores para a iconografia audiovisual. 

Com direção de Eugênio Lima, a peça traz ao palco integrantes do coletivo – Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa, Tatiana Rodrigues Ribeiro, Fernando Lufer, Nádia Bittencourt, Eugênio Lima, Luan Charles e Marcial Macome – e a atriz convidada Janaína Silva. Participam, em vídeo, Hukena Yawanawa e Antônio Pitanga. A narrativa é dividida em três partes assinadas por dramaturgos diferentes, sendo elas: Ato 1: A Cicatriz Tatuada, por Claudia Schapira; Ato 2: A Retomada, por Aldri Anunciação; e Ato 3: A Tempestade, por Dione Carlos.

Uma peça-intervenção utilizará uma projeção com 4 imagens de obras de Abdias Nascimento como elementos disparadores para a iconografia do vídeo intervenção do espetáculo.

SERVIÇO
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Data: 18 de agosto a 18 de setembro de 2022 – quintas, sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h
Valor: os ingressos custam de R$12 a R$40

Sebastião Januário ganha exposição em sua cidade natal

Um dos artistas negros vivos mais relevantes para a história brasileira e das artes, Sebastião Januário ganhou, pela primeira vez, uma exposição em sua cidade natal, Dores de Guanhães, Minas Gerais. “Cores, dores e amores” tem curadoria de Rodrigo Mitre e fica em exibição na sede da Fazenda Cavaco de 20 de agosto a 24 de setembro de 2022. A entrada é gratuita.

“É uma vitória para Januário, mas é uma vitória sobretudo para Dores de Guanhães e para o Brasil que finalmente acolhem e valorizam um patrimônio da nossa cultura”, emociona-se Elisa Larkin Nascimento, viúva de Abdias Nascimento, autora e diretora do IPEAFRO.

Rodrigo Mitre, Sebastião Januário e Deri Andrade no Inhotim

Sebastião Januário vive longa trajetória como artista plástico, desenvolvida desde os anos 1960. Atualmente, ele tem vários trabalhos no Instituto Inhotim, como parte da exposição Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra. Recentemente, suas telas agraciaram o MAM-RJ (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) como parte da exposição A Memória é uma Invenção. Sua última individual foi “Cores para Esquecer”, na Galeria Periscópio em São Paulo.  

 
Nos anos 1960, Abdias Nascimento e Sebastião Januário dividiram um apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. À época, Abdias Nascimento atuava como curador do Museu de Arte Negra. “Abdias Nascimento foi a grande alavanca na minha carreira”, disse o artista em depoimento ao IPEAFRO (acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=cArbrpHscZM).

As imagens que ilustram esse post são de Rodrigo Mitre. 

 

 

IPEAFRO recebe prêmio Escritas Pretas na festa de lançamento da Academia Brasileira de Letras Pretas e Artes Pretas Originárias

Professora doutora Elisa Larkin Nascimento com o professor doutor Rodney Albuquerque, diretor do Instituto Federal do Rio de Janeiro, campus São João de Meriti e coordenador fundador do Festival Literário da Diáspora Africana de São João de Meriti

O IPEAFRO recebeu o prêmio Escritas Pretas – Estatueta Helena Theodoro, na categoria Aquilombamentos de Letramentos,  na festa de lançamento da Academia Brasileira de Letras Pretas e Artes Pretas Originárias, realizada em 31 de julho de 2022 no Museu do Manhã, no Rio de Janeiro. A iniciativa parte de Helena Theodoro, Éle Semog, Geni Guimarães e seus curadores Elisabete Nascimento e Alberto Fisgo. A Academia nasce frondosa como um Baobá, das sementes plantadas dos nossos passos que vêm de longe.  Em seu texto de convite, a Academia apresenta o “desafio de gestar e conceber o Quilombo Literário como uma obra coletiva aberta, uma casa de aquilombamentos, de escutatória e de acolhimento de vozes tão diversas e de diálogos intergeracionais em prol da visibilidade de escritores, artistas e instituições que promovem escrevivências  e quilombamentos antirracistas”. 

“A premiação visa romper com a ideia de entronização de prestígio e privilégio das academias de letras eurocentradas. A academia surge da urgência em promover a visibilidade dos expoentes das letras pretas e originárias, de movimentar políticas públicas para a formação de leitores e escritores jovens, adultos e crianças, bem como contribuir para a visibilidade de novos talentos num diálogo contínuo entre os acadêmicos e a sociedade civil”, explica a Dra. Elisabete Nascimento (LaborAfro), curadora da academia e da premiação, em entrevista ao portal da Associação Brasileira de Imprensa publicado em 29 de julho de 2022. A matéria completa pode ser lida e acessada mais abaixo. A seguir, no vídeo, trecho da fala da prof. Dra.Elisa Larkin Nascimento, do IPEAFRO, quando recebeu o troféu em nome da instituição. Ela subiu ao palco ao lado dos também representantes das organizações premiados Márcio Madeira, do IPCN Instituto de Pesquisa da Cultura Negra, e Vânia Sant’Anna, do Ilê Omolu Oxum e da curadora da ABL Pretas e Originárias, professora Elisabete Nascimento.

 

 

No domingo (31), às 14h, acontecerá a primeira edição do Prêmio Escritas Pretas, no Museu do Amanhã. Na ocasião acontecerá, também, a cerimônia oficial do nascimento do Quilombo Literário – Aquilombamento Brasileiro de Letras e Artes Pretas e Originárias. Serão homenageados escritores, escritoras, personalidades e instituições que desenvolvem ações literárias, acadêmicas e culturais antirracistas inspiradoras. A premiação tem como o objetivo principal, reconhecer a produção literária descentralizada de expoentes da cena literária, artística e cultural, bem como promover a visibilidade dos protagonismos pautados na implementação das leis 10639-03 e 11645-08.

A ancestralidade, por meio de seus Griôs e Candaces, Helena Theodoro, Elê Semog, Carlos de Asumpção, Geni Guimarães, Lia Vieira, Miriam Alves e seus Curadores Alberto Rodrigues (FLISGO) e Elisabete Nascimento, está à frente da primeira edição do prêmio Escritas Pretas e do nascimento marcante desta importante academia literária. Suas fundações são como uma árvore frondosa, um Baobá, cujas sementes foram plantadas pelo suor de mãos e pés pretos e originários, cujos “passos vêm de longe”.

Serão 16 categorias divididas em duas modalidades: As Escrevivências – que contemplam as produções literárias; e os Aquilombamentos – que contemplam as movimentações literárias e suas diversidades. A estatueta, por inspiração na árvore Baobá, foi esculpida em madeira pelo artista plástico gonçalense Kleber Marques. Neste ano a estatueta recebe o nome da Dra. Helena Theodoro, em reconhecimento ao protagonismo desta exímia escritora e acadêmica.

O Aquilombamento Brasileiro de Letras e Artes Pretas e Originárias, cuja estrutura é composta por seis Conselhos; aguarda o aceite da ilustre Conceição Evaristo, tendo em vista a sua inegável importância na produção literária preto brasileira, ainda mais, por ela ter sido rejeitada pela ABL. Por ser um projeto em construção, serão anunciadas apenas as cadeiras do território do Rio de Janeiro, contudo os curadores Alberto Rodrigues e a Dra. Elisabete Nascimento, afirmam que serão contemplados escritores, artistas, intelectuais de todo Brasil, de países africanos de língua portuguesa e afro diaspóricos.

“A premiação visa romper com a ideia de entronização de prestígio e privilégio das academias de letras eurocentradas. A academia surge da urgência em promover a visibilidade dos expoentes das letras pretas e originárias, de movimentar políticas públicas para a formação de leitores e escritores jovens, adultos e crianças, bem como contribuir para a visibilidade de novos talentos num diálogo contínuo entre os acadêmicos e a sociedade civil.” Explica Dra. Elisabete Nascimento (LaborAfro), curadora da academia e da premiação.

Vale destacar que um dos parceiros de práticas de aquilombamentos é o Museu do Amanhã, que no ano de 2017, foi ocupado por uma intensa programação dedicada a tornar visível as matrizes africanas. O Museu está localizado no Cais do Valongo, local laureado pela UNESCO com o título de Patrimônio da Humanidade. Este ano, em parceria com o FISGO/Festival Literário de São Gonçalo, o Museu do Amanhã abrigará três eventos: Vivências do Tempo – Matrizes africanas (dias 29 e 30/07); a primeira edição do Prêmio Escritas Pretas e a Cerimônia da ABLPretas e Originárias (31/07).

Anastácia Lia dá voz, no teatro, ao legado da cantora Alcione

Anastácia Lia, filha de João Francisco, militante negro combatente à ditadura de 1964, do Maranhão, protagoniza o musical Marrom, sobre Alcione, que estreia em São Paulo em 26/08 no Teatro Sérgio Cardoso.  Foi selecionada pelo diretor do musical Miguel Falabella e será uma entre as dez mulheres que darão voz ao legado de Alcione, nos palcos do teatro. Sobre a experiência, Anastácia Lia compartilhou em seu perfil no Instagram:

“É sobre um portal onde estou vivenciando oportunidades inimagináveis mas que se tornam possíveis, palpáveis dia após dia, páginas estão sendo escritas com dedicação, respeito, cumplicidade, apoio das colegas e dos colegas do elenco Marrom, O Musical @marromomusical, pessoas incríveis que estou conhecendo..com toda a generosidade e amor com que me sinto abraçada e bem quista por esse anjo, o grandioso Miguel Falabela @miguelfalabellareal, obrigada por tanto.💚 É um caminhar firme, de pés descalços, assim como subo aos palcos na minha terrinha.. Obrigada pela lindíssima matéria @newmagbr , por publicar o sorriso dessa preta aqui, que com toda maranhensidade carrega o coração na voz e a certeza de que estamos no caminho certo. É por nós!!Ê Maranhãoooooo!!❤️ Gratidão!”. 

Anastácia é o resultado das lutas de nosso povo preto e tem como uma de suas referências a obra de Abdias Nascimento no que diz respeito ao cultos de Matriz Africana. A cantora é filha de João Francisco, militante do movimento negro e bravo combatente à ditadura de 1964, do Maranhão, que acompanhou o grande prefeito prefeito de São Luis e governador do Maranhão, Jackson Lago, na oposição à dinastia Sarney. 

Acompanhe o trabalho da Anastasia em suas redes sociais (anastacia_lia) e assista o vídeo de uma de suas atuações:

 

 

Nota de apoio à candidatura de Ivanir dos Santos ao Senado pelo PDT

Jornal Quilombo, Teatro Experimental do Negro, Rio de Janeiro, ano II, n.7-8, mar-abr/1950.

O IPEAFRO apoia as candidaturas negras comprometidas com o combate ao racismo e a construção de políticas públicas para isso, independente da legenda. Como dizia Abdias do Nascimento, a questão racial é suprapartidária. Esse posicionamento do IPEAFRO segue o exemplo do jornal Quilombo, do Teatro Experimental do Negro. O IPEAFRO pertence à Coalizão Negra por Direitos e apoia a campanha do Voto Antirracista e o Quilombo dos Parlamentos.

Nesse sentido, o IPEAFRO vem a público ratificar seu apoio à pré-candidatura de Ivanir dos Santos ao  Senado pelo PDT. Legítimo representante do movimento negro, intelectual destacado ligado ao Instituto de Filosofia e Ciências Socias da Universidade Federal do Rio de Janeiro e líder consolidado do movimento da sociedade civil contra a intolerância religiosa, Ivanir dos Santos dá continuidade ao protagonismo negro no PDT. Sob a liderança de Abdias do Nascimento, ainda no exílio, foi definido o quarto compromisso programático do partido: a causa das populações negras.

O PDT foi o primeiro partido a criar um órgão interno dedicado a essa causa: a Secretaria do Movimento Negro do PDT. Mulheres negras como as doutoras Maria Soares, Edialeda Salgado Nascimento e Lélia Gonzalez tiveram atuação importante. O quarto compromisso significa valorizar e garantir a representatividade negra nas eleições. A pré-candidatura de Ivanir dos Santos ao Senado recebeu o apoio do partido como afirmação desse compromisso. A confirmação de sua candidatura se faz necessária para selar esse compromisso como algo além da retórica discursiva. Nesses tempos de ataques à República, é preciso lembrar: enquanto houver racismo, não haverá democracia.

Lançamento de “Sortilégio”, de Abdias Nascimento, no Rio de Janeiro

CLÁSSICO DE ABDIAS NASCIMENTO PARA O TEATRO GANHA NOVA EDIÇÃO 
Escrito em 1951, lançado em 1959 e revisto em 1978, texto corrobora a atualidade do pensamento do autor, cuja criação passou do moderno ao contemporâneo.  Coquetel  de lançamento será no Terreiro Contemporâneo, reduto do teatro negro carioca 

Duas datas fundamentais para a história brasileira marcam este ano em que a nova edição da peça de Abdias Nascimento, Sortilégio, é disponibilizada ao público: os 200 anos da independência e os 100 anos da Semana de Arte Moderna. Ambos eventos constituem-se como referenciais primeiros da identidade nacional, registrada como fenômeno notadamente de memória branca e paulista – que, consequentemente, marca os cânones do imaginário nacional. A peça Sortilégio e a atuação do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado em 1944 por Abdias Nascimento, são manifestações que questionam a vigência de identidade e memória forjadas no eurocentrismo. A vida e a obra de Abdias Nascimento foram dedicadas ao desafio de pensar, valorizar e criar referenciais  outros que dessem conta da diversidade de pensamentos e oferecessem novos protagonismos à identidade brasileira. Nesse sentido, ele atuou na transição entre duas eras: a do modernismo e a do contemporâneo.  

“Qual é o sortilégio que lança o moderno para o contemporâneo, senão a magia que emana do emergir de culturas há séculos suprimidas ao jugo do colonialismo? Ao tomar a palavra na sua própria língua, por assim dizer, e lançá-la na arena do discurso público, os criadores dessas culturas desafiam o jogo do poder, mudam padrões, desmontam narrativas e hierarquias estabelecidas. Abdias Nascimento foi precursor e continuador desse processo. Ao fundar o TEatro Experimental do Negro (TEN) em 1944, ele atuava ao lado de companhias de vanguarda como Os Comediantes. O TEN participou ativamente do parto do teatro moderno no Brasil. Mas seu forte impacto na cena cultural da época ficou, ao mesmo tempo, fartamente documentado e mantido oculto”. É o que Elisa Larkin Nascimento, companheira de Abdias Nascimento, autora e diretora-fundadora do IPEAFRO, afirma no prefácio à nova edição de Sortilégio.   

Para comemorar o lançamento nacional do texto definitivo da peça escrita pelo professor Abdias Nascimento em 1951 e reelaborado em 1978, o IPEAFRO realiza evento no Terreiro Contemporâneo, reduto do teatro negro no Rio de Janeiro, em 13 de julho, às 19h, com entrada gratuita ao público. A programação inclui leituras dramatizadas e performances artísticas sobre o texto de Sortilégio, interpretadas por diversos artistas da cena do teatro negro. Serão exibidos vídeos produzidos com base no acervo IPEAFRO ressaltando trabalhos de Abdias Nascimento ligados ao Teatro Experimental do Negro. A programação inclui, ainda, uma noite de autógrafos com a autora do livro Abdias Nascimento, a Luta na Política, Elisa Larkin Nascimento. A publicação aborda o ativismo político de Abdias Nascimento principalmente a partir dos anos 1980.

Os dois livros, edições da Perspectiva em parceria com o Ipeafro, abordam as dinâmicas entre arte e política na vida e obra de Abdias Nascimento. Para ele, a arte foi um meio para enfrentar a urgente questão política das condições de vida das populações negras no Brasil e no mundo. Seu maior objetivo era combater o genocídio do negro brasileiro, que persiste até hoje: no Brasil, um jovem negro é morto violentamente a cada 23 minutos. Escreveu Abdias Nascimento: “Nosso Teatro seria um laboratório de experimentação cultural e artística, cujo trabalho, ação e produção explícita e claramente enfrentavam a supremacia cultural elitista-arianizante das classes dominantes” (Abdias Nascimento, O Quilombismo, 2019; pág 92-93).

Para o diretor teatral Ângelo Flávio, responsável pela produção e o roteiro do evento, o texto de Sortilégio é um clássico do teatro brasileiro. Afirma o diretor: “Para mim, que dirigi a estreia mundial desta obra em 2014, em Salvador, que teve ampla repercussão nacional, é uma honra, uma alegria e uma responsabilidade muito grande assumir o compromisso de produzir o lançamento desta obra fundamental para o legado do teatro negro no Brasil. Sortilégio retrata o sintoma social do povo negro no país, além de ser, em minha opinião, o maior clássico do teatro negro no Brasil ”. 

TERREIRO CONTEMPORÂNEO 

O Terreiro Contemporâneo foi idealizado e fundado pelos criadores da ‘Cia Rubens Barbot’, primeira companhia de dança negra contemporânea do Brasil: o bailarino e coreógrafo Rubens Barbot e o coreógrafo e diretor Gatto Larsen. Localizado no centro do Rio de Janeiro, o Terreiro Contemporâneo funciona para acolher, lapidar e desenvolver talentos negros por meio da arte. Atua para manter o legado negro vivo na cidade do Rio de Janeiro, abrigando coletivos e atividades de dança, cinema e teatro.

SINOPSES DOS DOIS LIVROS

  1. SORTILÉGIO

Incrível a atualidade da peça. A cada vez que nos deparamos com um texto de Abdias Nascimento, salta aos olhos o frescor, a pertinência e a contundência de sua prosa ou poesia, de seus diálogos, de sua força, de sua capacidade como orador. Sortilégio escancara a brutalidade do racismo no Brasil, denuncia a farsa da democracia racial e ainda ilumina e se abre para uma poderosa cultura brasileira de matriz africana. Esta edição marca o estabelecimento do texto definitivo da peça, musicado por Nei Lopes, e traz análise de Elisa Larkin Nascimento sobre as encruzilhadas e os diálogos que a obra provoca entre o masculino e feminino, o moderno e o contemporâneo. Em texto do diretor, produtor e gestor cultural Jessé Oliveira, o livro traz os realizadores atuais de teatro negro à cena, além de entrevistas com Léa Garcia, atriz protagonista da montagem de estreia em 1957, e Ângelo Flávio Zuhalê, diretor da montagem de 2014, centenário de Abdias Nascimento.

FICHA TÉCNICA
Autor: Abdias Nascimento
Apresentação e Prefácio: Elisa Larkin Nascimento
Participação: Léa Garcia, Jessé Oliveira e Ângelo Flávio Zuhalê
Assunto: Teatro / Dramaturgia
Coleção: Paralelos
Formato: Brochura
Dimensões: 14 x 21 cm
160 páginas
ISBN 9786555051087
E-book: 9786555051094
Lançamento: 27/05/2022

  1. ABDIAS NASCIMENTO, A LUTA NA POLÍTICA

Abdias Nascimento foi uma das mais importantes e brilhantes lideranças do Brasil, dedicando-se intensamente ao enfrentamento do racismo e à promoção do legado cultural afro-brasileiro. Escritor, artista plástico, dramaturgo, deixou um legado cultural incontornável através do TEN, Teatro Experimental do Negro, das pinturas que realçam sua ligação com a cultura africana e dos livros que denunciam o racismo e a violência das relações étnico raciais no Brasil. Na década de 1980, volta-se à política institucional do Congresso Nacional, onde acreditava ser necessário pôr em pauta as questões raciais e implementar políticas públicas de reparação. Muito do debate e das políticas públicas que assistimos hoje e que foram implementadas no país devemos à sua atuação parlamentar. Essa atuação é o objeto deste livro.

FICHA TÉCNICA

Autora: Elisa Larkin Nascimento
Coleção: Debates
Assunto: Política
Formato: Brochura
Dimensões: 11,5 x 20,5 cm
240 páginas
ISBN 9786555050806
E-book 9786555050813
Preço E-book: R$ 34,90
Lançamento: 29/11/2021

SERVIÇO

Lançamento dos livros Sortilégio e Abdias Nascimento, a Luta na Política

Terreiro Contemporâneo – Rua Carlos de Carvalho, 53 – Centro, RJ.

Data: quarta, 13 de julho, às 19h. 

 

MAIS INFORMAÇÕES
Julio Menezes Silva
redes@ipeafro.org.br
+55 21 99722-5153

coluna Ipeafro no Pensar Africanamente: lançamento do livro Sortilégio, de Abdias Nascimento

Nesta terça-feira, dia 07 de junho, às 19h, no Pensar Africanamente: coluna IPEAFRO: SORTILÉGIO, DE ABDIAS NASCIMENTO

Não perca, vá lá e aciona o lembrete… https://youtu.be/Kj6IaPJnlgc

A nova edição do texto definitivo da peça teatral de Abdias Nascimento, Sortilégio, inclui textos de Jessé Oliveira, fundador do grupo Caixa Preta de teatro negro, além de entrevistas com a atriz Léa Garcia e com o ator Ângelo Flávio, e texto introdutório de Elisa Larkin Nascimento que situa historicamente a trajetória e evolução desse clássico do teatro negro e do teatro brasileiro.

A Editora Perspectiva oferece dois exemplares do livro para sorteio. Para participar do sorteio utilize uma conta no Instagram e faça o seguinte:

(1) Compartilhe este evento no seu Stories, mencione e siga: @ipeafro @pensar.africanamente e @editoraperspectiva

(2) Faça um comentário e marque dois amigos

ATENÇÃO: não é permitido marcar contas fakes.

Lembre-se: o prazo é até às 21h do 07.06.

Boa sorte!!!

Mediação: SILVANY EUCLÊNIO
Moderação do chat: CAMILA CARVALHO

Coluna IPEAFRO no Pensar Africanamente discute a Luta na Política de Abdias Nascimento

Canal Pensar Africanamente
Coluna IPEAFRO
Terça-feira, 3 de maio de 2022, 19:30Tema: Abdias Nascimento, a Luta na Política

Lançado no ano que marcou uma década da passagem de Abdias Nascimento à condição de ancestral, o livro Abdias Nascimento, a Luta na Política integra a Coleção Debates da Editora Perspectiva. A autora, que foi companheira de vida e de luta de Abdias Nascimento durante 38 anos, faz um registro histórico da atuação política de Abdias Nascimento como parlamentar e como ativista negro. O livro lança luz sobre a gênese da Fundação Cultural Palmares, instituição republicana conquistada pelo movimento negro, e traz depoimentos de quatro parlamentares negros: o senador Paulo Paim, as deputadas federais Benedita da Silva e Talíria Petrone, e a deputada estadual de São Paulo Érica Malunguinho.

A Editora Perspectiva oferece dois exemplares do livro para sorteio.

Participantes:

Carlos Alves Moura é advogado e ativista negro. Cofundador do Memorial Zumbi e do Centro de Estudos Afro-brasileiros (CEAB), ele integra a Comissão da Igualdade Racial do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Foi o primeiro presidente da Fundação Cultural Palmares, onde exerceu dois mandatos: 1988/89 e 2001/2003. Serviu como diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Cabo Verde (1990-95), como Representante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPL) na Guiné Bissau (2005-06 e 2014), e membro do Conselho Consultivo da USP (2016-21).

Clícea Maria Miranda é doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), graduada e mestra em História Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), membro do GT Emancipações e Pós-abolição da Associação Nacional de História (ANPUH) e da Rede de Historiadorxs Negrxs, e integra a equipe do Ipeafro na área de documentação e pesquisa.

Elisa Larkin Nascimento é mestre em direito e em ciências sociais pela Universidade do Estado de Nova York e doutora em psicologia pela USP.  Ela é cofundadora do Ipeafro e curadora do Museu de Arte Negra online. Ela participa da curadoria da exposição Abdias Nascimento e Museu de Arte Negra, realizada em parceria do Ipeafro com o Inhotim (2021-23). Autora de vários livros, ela idealizou e coordenou o curso Sankofa e o fórum Educação Afirmativa Sankofa, bem como a aula-exposição “O Que Não Cabe em 500 anos”.

Sorteio: Para participar do sorteio você precisa ter uma conta no Instagram. Até às 21h dia da coluna do IPEAFRO no Pensar Africanamente, você vai fazer o seguinte:
  
(1) Compartilhe este evento no seu Stories, mencione e siga: @ipeafro @pensar.africanamente e @editoraperspectiva
(2) Faça um comentário aqui e marque dois amigos

ATENÇÃO: não é permitido marcar contas fakes. Lembre-se: o prazo é até as 21h do dia do evento. Boa sorte!!!

 

8ª Edição do Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero

Já estão abertas as inscrições para a 8ª Edição do Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero.

Em 2022 o Prêmio completa 20 anos de trajetória, comprometido em identificar, apoiar e dar visibilidade às práticas pedagógicas focadas na conquista de equidade e igualdade étnico-racial e de gênero na Educação Básica.

Nesta nova edição, o Prêmio está dividido em duas categorias: Professor e Escola.

📍A categoria Professor é dividida em duas modalidades: práticas pedagógicas executadas – realizadas entre 2019 e 2021 e projetos de práticas pedagógicas ainda não executadas.

Serão eleitas 8 propostas nesta categoria, e cada uma levará o prêmio de R$ 7 mil reais.

📍Já a categoria Escola conta apenas com a modalidade Gestão com Equidade e Antirracista (GEA).

E cada uma das 8 propostas eleitas na etapa final do processo receberá equipamentos para a escola, dentro do valor de R$ 10 mil reais.

Além do prêmio em dinheiro, cada premiado receberá um kit de livros na temática da equidade racial de gênero na educação básica e vai participar de um curso virtual de formação continuada na temática da equidade racial de gênero na educação básica.

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Para participar do Prêmio Educar 2022, acesse o link:

https://premio2022.ceert.org.br/